Reginaldo Pimenta/Raw Image/FolhapressOrlando Diniz, ex-chefão da Fecomércio: pagamentos para obter decisões favoráveis no STJ

Sesc tinha ‘armário para currículos de indicados políticos’, diz delator

20.09.20 11:07

Em seu acordo de delação, o ex-presidente da Fecomércio-RJ Orlando Diniz (foto) relatou os bastidores da forte pressão que sofria para empregar pessoas indicadas por políticos, diretores, prestadores de serviços, conselheiros e até  presidentes de sindicatos. A colaboração premiada de Diniz deu origem à Operação E$quema S, deflagrada no dia 9 de setembro e que avançou sobre escritórios de advocacia ligados a ministros de cortes superiores.

Entre os políticos que emplacaram indicações na Fecomércio, no Sesc e no Senac, ele cita o ex-senador Francisco Dornelles e o ex-deputado Simão Sessim, além do ex-governador Sérgio Cabral.

Segundo o delator, no Sesc chegou a existir um armário apenas para armazenar os currículos de indicados. “Orlando encontrou no Sesc o que não havia encontrado no Senac e na Fecomércio: um grande número de funcionários indicados. Havia até um armário só para currículos”, diz trecho da delação.

“O grande número de funcionários indicados estava na área de odontologia, principalmente dentistas, na qual muitos dos indicados eram apadrinhados por Francisco Dornelles.  Mas havia funcionários indicados em várias outras áreas – uma prática comum”, afirmou Diniz.

Diniz relatou que a pressão para contratar os indicados era “muito forte” e acompanhada de “veladas pressões políticas”. De acordo com o delator, essas contratações eram sempre problemáticas tanto na hora da admissão como da demissão — nesse último caso, o risco era fazer inimigos.

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  1. Onde tem pilhas de dinheiro público, é assim mesmo. Sesc-Senac custam uma fortuna para formar poucos profissionais todo ano. Deveriam ser fechados, pois o retorno que dão para a sociedade é mínimo.

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