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Senadores querem barrar exclusão de personalidades negras em lista da Palmares

03.12.20 16:07

Causou assombro entre os senadores a declaração de Sérgio Camargo (foto), presidente da Fundação Palmares, de que 27 personalidades negras serão removidas da lista de pessoas homenageadas pela entidade dedicada à promoção da igualdade racial. Um grupo expressivo de parlamentares prepara a reação: pedirá a Davi Alcolumbre a inclusão de um projeto de decreto legislativo na pauta do Senado desta quinta-feira, 3, para sustar a medida de Camargo.

A senadora Simone Tebet, do MDB, presidente da CCJ, desabafou com colegas parlamentares em um grupo de WhatsApp. “Estou indignada. A alegação de que todos poderão receber homenagem póstuma, se merecerem, é um absurdo. É preciso haver uma reação. Um dia, Castro Alves perguntou ao criador se era mentira ou se era verdade tanto horror perante os céus”, escreveu. “Não é possível apagar o passado, nem nossa dívida histórica. Mas não podemos tolerar retrocessos no presente. Todos nós, brasileiros, temos o sangue negro, senão nas veias, temo-lo nas mãos. Ou reagimos a isso, ou seremos cúmplice por complacência. Quem cala consente. Não consentimos”, disparou.

O projeto de decreto legislativo que recebeu a adesão de Tebet e de outros senadores é de autoria de Alessandro Vieira, do Cidadania de Sergipe.

“Dada a sua atuação persecutória a lideranças negras de campo ideológico diverso daquele do governo e do presidente da Fundação, tal como se observa em seus posicionamentos públicos, para além da forma de comunicação da “exclusão dos nomes” como efeito último da Portaria – seguida por ausência de justificativa de mudança para critério “póstumo” – fica bastante evidente o fato de o ato ter sido editado precisamente para permitir a exclusão de nomes que já haviam sido contemplados e que, no entanto, não se alinham ideologicamente ao atual governo”, diz o autor da proposta.

“Trata-se de ato inegavelmente inválido, na medida em que ostenta aparência de legalidade ao deixar de permitir homenagens em vida, mas em verdade é apenas o subterfúgio utilizado para, uma vez mais, separar os brasileiros em função de suas matizes políticas”, acrescenta Alessandro Vieira.

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