Roberto Castro/MTur

‘Sanfoneiro de Bolsonaro’ tem salário superior ao de ministros

25.07.20 08:12

Presença constante nas lives de quinta-feira de Jair Bolsonaro, o sanfoneiro Gilson Machado Neto, da banda Forró da Brucelose, recebe 39,3 mil reais de salário como presidente da Embratur. Já os diretores da agência brasileira de turismo têm vencimentos de 37,3 mil. Os valores, obtidos por Crusoé por meio da Lei de Acesso à Informação, são maiores que a remuneração de ministros de estado, correspondente a quase 31 mil reais.

O custo anual da estrutura da Embratur é pesado: apenas para se manter funcionando, precisa de 43,8 milhões de reais. No entanto, a aprovação da MP 907, que converteu a autarquia em agência, retirou da organização suas fontes de recursos. Com isso, conforme mostrou Crusoé, a operação toda é bancada pelo “colchão” de recursos públicos acumulados em caixa.

Ao ser transformada em agência, a Embratur equipara-se a repartições como a Apex – Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (ligada ao Itamaraty) – e a ABDI – Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (vinculada ao Ministério da Economia). Diferentemente de autarquias, as agências são serviços sociais autônomos, como o Sistema S.

O presidente da Apex, por exemplo, tem direito a remuneração de 53,4 mil reais por mês. Já os diretores recebem mensalmente 46,1 mil reais. Os valores chamam a atenção e os postos são alvo de cobiça. Um ex-diretor da Apex chegou a procurar o PL, de Valdemar Costa Neto, para ser indicado a um cargo de direção no órgão comandado pelo contra-almirante Sergio Segovia. 

Na Embratur, até mesmo os coordenadores da instituição têm remuneração de 18,3 mil reais, superior a de secretários do Ministério do Turismo, que têm contracheque de 17 mil reais. Além do salário, servidores da agência podem requisitar auxílio idioma de até 600 reais, auxílio-creche de 775 reais, auxílio-educação de mil reais e auxílio-mudança, caso o funcionário não more em Brasília. Para cargos de chefia, o órgão paga ainda auxílio-moradia correspondente a 25% do salário do servidor que não possuir residência no DF. 

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