Adriano Machado/Crusoé

Relatório de Renan teve mudanças de última hora e pede 81 indiciamentos

26.10.21 14:30

O relatório final da CPI da Covid, que será apreciado na tarde desta terça-feira, 26, sofreu modificações de última hora, após negociações entre os senadores que integram a comissão parlamentar de inquérito e depois de uma surpreendente inclusão do pedido de indiciamento do senador Luís Carlos Heinze, do Progressistas, que integra o colegiado. A versão final do documento pede 81 indiciamentos de agentes públicos, empresários, médicos e representantes de entidades e empresas.

Entre as novidades incluídas por Renan Calheiros na última versão está a criação de um novo capítulo sobre a política externa do governo Jair Bolsonaro durante a pandemia. O senador também acrescentou mais detalhes ao capítulo que trata da crise de saúde no Amazonas – em janeiro, uma forte onda da Covid levou ao desabastecimento de oxigênio medicinal e causou problemas como a falta de covas para sepultar vítimas da doença.

Pressionado pelo senador Eduardo Braga, do MDB do Amazonas, Renan aceitou incluir no relatório o governador do Amazonas, Wilson Lima, do PSC, e o ex-secretário de Saúde do estado Marcellus Campelo. Essa foi uma das principais mudanças no relatório final e possibilitou uma união do G7, o grupo que reúne senadores oposicionistas e independentes. Braga ameaçou votar contra o relatório, caso o texto não incluísse as autoridades amazonenses.

Segundo Renan Calheiros, foram feitas ainda melhorias no texto do capítulo sobre a população negra e a inclusão da menção à live em que o presidente Jair Bolsonaro fez relações equivocadas entre as vacinas contra a Covid e infecções pelo vírus da Aids. Na última hora, a CPI também aprovou a proposta de banimento de Bolsonaro das redes sociais e o encaminhamento de um pedido de providências ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

Por fim, a CPI incluiu no relatório um pedido para que o Tribunal de Contas da União investigue a atuação da Comissão de Incorporação de Tecnologias ao SUS. Aparelhada pelo governo, a Conitec postergou a suspensão de diretrizes do Ministério da Saúde que preveem a prescrição de cloroquina para tratar a Covid.

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