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Quem está por trás dos protestos na Colômbia

05.05.21 18:10

A repressão aos protestos na Colômbia já deixou 24 mortos e mais de 800 feridos. A manifestação, que começou no dia 28 na cidade de Cali (foto) contra uma proposta de reforma tributária, espalhou-se pelo país depois que a polícia reprimiu os manifestantes com violência e tiros. Nos últimos dias, policiais foram atacados e delegacias queimadas com pessoas dentro. Pedágios foram destruídos e estradas, bloqueadas.

Em um comunicado desta terça, 4, o Ministério Público da Colômbia acusou terroristas e narcotraficantes de participarem dos atos de vandalismo.

Conseguimos comprovar que nas desordens e nos atos de vandalismo que ocorreram na cidade de Cali, nos últimos dias, estão envolvidas estruturas ligadas ao narcotráfico, ao ELN e às dissidências das Farc que operam no departamento de Cauca“, disse o procurador-geral Francisco Barbosa Delgado.

A cidade de Cali é a capital do departamento do Vale do Cauca, onde é constante a presença das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), do Exército de Liberação Nacional (ELN) e de narcotraficantes. É a cidade mais perigosa do país, com 45 homicídios a cada 100 mil habitantes (no Brasil a taxa é de 31 a cada 100 mil). Além disso, há anos o governo chavista da Venezuela tem dado guarida para as Farc e para o ELN, inspirado na Revolução Cubana, com o intuito de desestabilizar a vizinha Colômbia.

Contudo, a fala do procurador-geral precisa ser escutada com certa cautela. “Até agora, o Ministério Público não mostrou prova alguma para sustentar essa declaração do procurador-geral. Além disso, o governo tem buscado deslegitimar as manifestações por todos os meios possíveis. A meu ver, é melhor esperar mais um pouco para saber se realmente há grupos por trás da violência e quais são“, diz o sociólogo colombiano Ricardo Vargas Meza, especialista em narcotráfico e crime organizado.

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