Adriano Machado/Crusoé

Quebra de sigilo do escritório de Salles emperrou na burocracia do Judiciário

11.04.21 08:13

Considerada fundamental para a investigação sobre o suposto enriquecimento ilícito de Ricardo Salles (foto), a quebra dos sigilos bancário e fiscal do escritório de advocacia do ministro do Meio Ambiente emperrou na Justiça de São Paulo.

Há quase dez meses, o Ministério Público paulista aguarda o envio dos extratos detalhados da conta bancária do escritório usado por Salles antes de ele se tornar ministro do governo de Jair Bolsonaro.

Como revelou Crusoé no ano passado, a conta pessoal de Salles recebeu 7 milhões de reais em créditos entre 2013 e 2017, sendo 330 mil reais em depósitos em dinheiro — alguns, de forma fracionada.

Da conta corrente do escritório de advocacia para a conta pessoal do ministro saíram 2,75 milhões de reais em 54 transferências feitas entre 2014 e 2017. Foram essas transações que levaram o MP paulista a pedir que a quebra de sigilo fosse estendida para a banca de Salles.

Responsável pela investigação, o promotor Ricardo Manuel Castro suspeita que o escritório do ministro tenha sido usado para lavar dinheiro. A quebra de sigilo foi decretada pelo juiz Marcos de Lima Porta, da 5ª Vara da Fazenda Pública, em junho do ano passado, mas até agora os extratos bancários detalhados, com os nomes de quem transferiu dinheiro para o escritório de Salles e os respectivos valores, não chegaram ao MP paulista.

Ricardo Salles é investigado por suspeita de enriquecimento ilícito no período em que intercalou a atividade de advogado com dois cargos públicos no governo de Geraldo Alckmin, do PSDB, em São Paulo.

Entre 2012 e 2018, o patrimônio declarado por Salles saltou de 1,4 milhão para 8,8 milhões de reais. O ministro nega qualquer irregularidade e afirma que sua evolução patrimonial decorre de uma reforma que valorizou o imóvel onde mora.

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