PSDB era o ‘Corinthians’ e Alckmin o ‘meia’ em tabela de pagamentos, diz MP

23.07.20 15:08

Uma das provas elencadas pelo Ministério Público Eleitoral na denúncia contra o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (foto) é uma planilha de rateio de propina encontrada nos arquivos da Odebrecht. Nela, a empreiteira classificou como “meias” os políticos beneficiados, no caso dos que se candidataram a governador, e usou nomes de clubes de futebol para identificar os partidos.

A planilha mostra o tucano como um “jogador” que atua na posição de “meia”, defendendo a camisa do “Corinthians”, que, conforme a referência, seria seu partido, o PSDB. Alckmin é acusado de corrupção passiva, falsidade ideológica eleitoral e lavagem de dinheiro. Ele teria recebido 11,3 milhões de reais de forma ilegal da Odebrecht nas campanhas de 2010 e 2014.

O arquivo que cita Alckmin foi encontrado pelos investigadores no sistema Drousys, onde a Odebrecht armazenava dados sobre pagamentos ilícitos. Segundo o MP Eleitoral, as planilhas são relacionadas a cartéis nos quais a empreiteira teve participação. Em São Paulo, comandado pelo PSDB desde 1994, a Odebrecht teria atuado na cartelização de obras do Rodoanel e do Metrô.

“Há uma correlação lógica e objetivamente racional entre a solicitação, o recebimento e o pagamento da vantagem indevida para Geraldo Alckmin, em 2010 e 2014, tendo em vista os benefícios econômicos já auferidos e ainda por auferir, pelo Grupo Odebrecht, que participou de esquema de cartel no Estado de São Paulo, seja nas obras do Rodoanel, seja nas obras do sistema metroferroviário”, diz um trecho da denúncia.

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