Agência Brasil

Propina a líder de Bolsonaro pagou dívida da churrascaria ‘Fim da picada’, diz MP

16.09.20 20:05

Parte da propina paga pela Galvão Engenharia ao líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, do Progressistas, honrou a dívida de uma churrascaria em Maringá, de acordo com o Ministério Público do Paraná. O nome do estabelecimento diz muito sobre o esquema investigado: “Fim da Picada”. O deputado federal está sob suspeita de receber 5 milhões de reais em valores ilícitos da empresa. Aliados dele foram alvos de busca e apreensão nesta quarta-feira, 16.

Horácio Monteschio, ex-diretor da Secretaria da Indústria e Comércio do Paraná, que já foi chefiada por Barros, é identificado como o emissário responsável pelo recebimento do dinheiro em espécie da empreiteira. Um amigo do deputado, Delmo Sergio Vilhena, também está entre os investigados pelo esquema. Os dois tiveram seus sigilos telefônicos e telemáticos (emails) quebrados pela Justiça, para o rastreio do caminho da propina.

A partir do acesso aos emails dos investigados, os promotores chegaram à conclusão de que parte do dinheiro da Galvão foi usada por Delmo Sergio Vilhena para pagar um débito fiscal de 220 mil reais da churrascaria. O repasse abriu caminho para que o imóvel fosse adquirido por uma construtora e negociado por uma empresa ligada ao deputado. O comprovante da quitação do débito do restaurante foi enviado por Barros a um funcionário da empresa que comprou o imóvel por email.

A ação foi deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado do MP do Paraná e pela Polícia Civil. A delação que embasa a investigação foi revelada pelo site O Antagonista e mostrou que a empreiteira teria feito os pagamentos a Barros para para conseguir negócios com a Copel, a estatal de energia do Paraná.

Do total, 3,5 milhões de reais foram pagos por meio de doações eleitorais, no ano de 2014, ao Partido Progressistas, do qual Barros é tesoureiro. O repasse dos 1,5 milhão de reais remanescentes ocorreu por meio de pagamentos em espécie, segundo os delatores. A versão é corroborada, por exemplo, pelo depoimento do doleiro Samir Assad, que intermediou a entrega do dinheiro ao deputado.

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