Adriano Machado/Crusoé

Promotoria de SP cobra R$ 1,7 mi de Aloysio Nunes por caixa 2 da Odebrecht

29.07.20 20:20

O Ministério Público de São Paulo ajuizou uma ação nesta quarta-feira, 29, na qual pede o pagamento de 1,7 milhão de reais e o bloqueio de bens do ex-ministro Aloysio Nunes (foto). O tucano é acusado de receber 500 mil reais de caixa dois da Odebrecht na eleição de 2010, quando se elegeu ao Senado.

Na ação de improbidade administrativa, o promotor Ricardo Manuel Castro afirma que, embora as penas do suposto enriquecimento ilícito praticado há dez anos pelo político do PSDB já estejam prescritas, o ressarcimento do dinheiro recebido ilicitamente por ele em virtude do cargo que ocupou pode ser cobrado.

Segundo a investigação, Aloysio recebeu dois pagamentos de 250 mil reais em espécie da Odebrecht, nos dias 24 de agosto e 23 de setembro de 2010, quando era candidato a senador pelo PSDB. Os repasses foram delatados por ex-diretores da empreiteira, que deram ao tucano o codinome de “Manaus” nas planilhas do Setor de Operações Estruturadas, que controlava as propinas pagas a políticos e agentes públicos. Aloysio nega ter recebido a quantia.

Antes de ser candidato, Aloysio foi chefe da Casa Civil do governo José Serra, do PSDB, em São Paulo, entre 2007 e abril de 2010. Segundo ex-executivos da Odebrecht, foi nesse período que a empreiteira negociou pagamento de propina para políticos tucanos em troca de um acordo judicial no qual o governo pagaria 191,5 milhões de reais à empreiteira referente a uma obra rodoviária.

Ao todo, segundo os delatores, a empreiteira pagou 28,7 milhões de reais em propina ao PSDB de forma ilícita. Aloysio teria sido um dos beneficiários, com recursos para a sua campanha. Na ação, o promotor pede que o ex-senador e ex-ministro do governo Michel Temer devolva 854,8 mil reais, que corresponde ao valor atualizado dos 500 mil reais recebidos em 2010, e mais a mesma quantia a título de indenização por dano moral coletivo.

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