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Princesa Latifa pode ter sido capturada com uso de software israelense Pegasus

21.07.21 16:50

A princesa Latifa (foto), filha do emir de Dubai, xeque Mohammed Al Maktoum, tentou escapar de seu pai escondida em um iate, em 2018. Sua intenção era pedir asilo político nos Estados Unidos.

Sua fuga foi frustrada quando o iate estava em águas internacionais, cerca de 50 quilômetros da costa da Índia. Forças especiais desse país, com helicópteros e soldados dos Emirados, abordaram o barco e prenderam Latifa, que chutava e dava socos nos homens. “Atirem em mim aqui. Eu não quero voltar“, gritava ela.

Uma reportagem desta quarta, 21, do jornal Washington Post afirma que Latifa pode ter sido localizada graças ao uso do software israelense Pegasus.

Durante sua fuga, que durou vários dias, ela se comunicou com outras pessoas por celular, o que pode ter denunciado sua localização. O Washington Post descobriu que, oito dias antes de sua captura, seu número de telefone e o de várias pessoas que a ajudaram a escapar foram incluídos em uma lista de alvos do Pegasus.

Além disso, nessa época, os Emirados Árabes Unidos estavam entre os clientes da empresa NSO Group, que vende o programa. Mais tarde, o contrato foi rescindido.

A suspeita é a de que o pai de Latifa teria usado o programa, que se promove como um software contra terroristas e criminosos, para localizar e prender a própria filha.

Além de Latifa, outras 50 mil pessoas tiveram seus números de celulares incluídos como alvos do programa Pegasus, que foi vendido para 40 países. Entre os que tiveram seus celulares atacados ou invadidos estão o presidente da França, Emmanuel Macron, outros dois chefes de estado, dez primeiros-ministros e o rei do Marrocos.

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