Reprodução/redes sociais

Pressionado e com popularidade em queda, Bolsonaro muda o tom e passa a defender vacina

26.01.21 12:01

Com o aumento da pressão pelo impeachment e a queda de sua popularidade, o presidente Jair Bolsonaro deu um cavalo de pau em sua opinião sobre as vacinas. Depois de passar meses pondo em dúvida a eficácia dos imunizantes no combate ao coronavírus, preferindo atuar como garoto propaganda de medicamentos não recomendados cientificamente (foto), Bolsonaro disse nesta terça-feira, 26, durante evento do banco suíço de investimentos Credit Suisse, que “brevemente” o Brasil estará entre os primeiros no ranking dos países que mais vacinam contra a Covid-19 “para dar mais conforto à população”.

“Brevemente, estaremos nos primeiros lugares, para dar mais conforto à população, segurança a todos e de modo que a nossa economia não deixe de funcionar”, afirmou.

Em seguida, lançou um sofisma. “Sempre disse que qualquer vacina, uma vez aprovada pela Anvisa, ela seria comprada pelo governo federal.”

Bolsonaro recua ao sabor das circunstâncias e da pressão que aumenta sobre ele na sociedade. Por mais de uma ocasião, o presidente disse que não compraria a “vacina chinesa”, desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica Sinovac.

Em outubro do ano passado, disse que o povo brasileiro não serviria de “cobaia” da Coronavac. Próximo à virada do ano, falou que não deveria haver “ansiedade” para a compra da vacina, cujos efeitos colaterais eram desconhecidos. Chegou a ironizar, ao dizer que quem fosse vacinado poderia virar jacaré.

Hoje, já encarnando a versão pró-vacina, o presidente defendeu a possibilidade de empresas comprarem vacinas contra Covid-19 para imunizarem seus funcionários e repassarem uma parte ao sistema público de saúde.

“O governo é favorável a esse grupo de empresários trazer vacina a custo zero”, afirmou Bolsonaro.

Também presente ao encontro com investidores, o ministro da Economia, Paulo Guedes, reforçou a necessidade de contrapartida. “Para cada funcionário que vacinar, tem que entregar uma para o Sistema Único de Saúde”, disse Guedes.

Uma frente de empresários afirmava estar negociando 33 milhões de doses com o laboratório AstraZeneca, que distribui o imunizante em parceria com a Universidade de Oxford. Nesta terça-feira pela manhã, no entanto, a AstraZeneca descartou vender vacinas para o setor privado.

“Todas as doses da vacina estão disponíveis por meio de acordos firmados com governos e organizações multilaterais ao redor do mundo, (…) não sendo possível disponibilizar vacinas para o mercado privado. Como parte do nosso acordo com a Fiocruz, mais de 100 milhões de doses da vacina Oxford/AstraZeneca (AZD1222) estarão disponíveis no Brasil, em parceria com o governo federal”.

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