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Por que a Lava Jato do Peru deu certo

21.07.19 09:45

No estudo que comparou a Capacidade de Combate à Corrupção de vários países da América Latina, a consultoria Control Risks concluiu que o uso de acordos de leniência e delações premiadas faz toda a diferença quando um país quer combater e atacar os desvios.

Um dos motivos de a Lava Jato peruana ter deslanchado é exatamente o uso de delações premiadas.

No Peru, quatro ex-presidentes já foram acusados de corrupção. Alan García cometeu suicídio. Pedro Pablo Kuczynski está em prisão domiciliar. Ollanta Humala aguarda julgamento. Alejandro Toledo (foto) foi preso nos Estados Unidos e aguarda a extradição.

O país já usava as delações desde os anos 1980, quando precisou lidar com os grupos terroristas Sendero Luminoso e o Movimento Revolucionário Túpac Amaru.

Em 2000, milhares de vídeos foram divulgados mostrando empresários e governantes sendo cooptados por Vladimiro Montesinos, o braço-direito do ditador Alberto Fujimori. Cerca de 1.300 pessoas foram indiciadas.

Para conseguir dar conta do recado, os promotores peruanos convidaram italianos que tinham atuado na operação Mãos Limpas. O país então reformou seu Código Penal para aprimorar seus processos de delações premiadas.

Em 2016, uma nova reforma permitiu que dirigentes empresariais peruanos e estrangeiros fossem submetidos a interrogatórios. “Quando o caso Odebrecht foi descoberto, as regras do nosso Código Penal foram reformadas, o que nos ajudou muito a enfrentar os desafios que vieram pela frente”, diz o peruano José Antonio Neyra Flores, integrante da Corte Suprema do Peru e que assinou o pedido de extradição de Toledo.

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