Valter Campanato/Agência Brasil

PGR escolhe crítico ferrenho da Lava Jato para coordenar a Greenfield

25.11.20 15:28

A Procuradoria-Geral da República escolheu um crítico da Operação Lava Jato para assumir a coordenação da Operação Greenfield, que apura desvios na Caixa, no BNDES e nos fundos de pensão. Celso Três, do Rio Grande do Sul, já deu diversas entrevistas e publicou artigos em que fez duras críticas à investigação que deu origem ao caso.

Celso Três se candidatou à vaga em um edital aberto pela PGR para procuradores de todo o país — antes, o processo havia sido aberto para procuradores baseados em Brasília, mas não houve nenhum inscrito.

Em entrevistas recentes, Três saiu em defesa das investidas do procurador-geral, Augusto Aras, contra a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. Em um dos casos, ele se manifestou sobre uma expedição da chefe do grupo de trabalho da operação na PGR, Lindôra Araújo, para acessar a base de dados da força-tarefa no Paraná. “Que faria de indevido o PGR Aras com os dados? Processaria inocentes? Pode, aí o temor, descobrir o limbo, submundo descortinado pelo Intercept (refere-se às mensagens roubadas de autoridades e publicadas pelo site). Pessoas que foram investigadas indevidamente, que nunca foram processadas. Que digam eles, objetivamente, no que Aras impede que investiguem ou denunciem”, disse, em entrevista ao portal Conjur.

Em seu perfil no Twitter, Celso Três afirmou, em outubro passado. “Ao cabo, verdade faz-se verbo; estudo de 194 entrevistas de seus membros, mil páginas, Universidade de Oklahoma: Lava Jato, com ou sem intenção, serviu como plataforma da direita”. Em outro artigo, publicado pela Folha de S. Paulo, ele defendeu a delação premiada do doleiro Rodrigo Tacla Duran, que apontava supostas irregularidades na operação. “Ante o exposto, pode-se dizer que a Lava Jato atentou, sim, contra a lógica da delação no caso Tacla Duran. Correto o PGR Aras em reexaminar”.

A Greenfield não é tecnicamente parte da Lava Jato, mas acabou associada à operação por ter alcançado envolvidos em desvios milionários em fundos de pensão de empresas estatais e mapeado irregularidades em bancos públicos que seguiam, basicamente, a mesma lógica do esquema cuja apuração começou em Curitiba.

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