Divulgação/Alesp

PF avança em investigação sobre rachid na Assembleia Legislativa de São Paulo

19.10.20 07:33

Dois novos depoimentos abasteceram uma investigação sobre suposto desvio de salários na Assembleia Legislativa de São Paulo. A prática de “rachid” teria ocorrido no gabinete da ex-deputada Clélia Gomes, que hoje é candidata a vereadora pelo Podemos. Segundo a investigação, os vencimentos dos servidores teriam sido usados para pagar dívidas de campanha da ex-parlamentar.

O inquérito foi instaurado em 2018, quando Clélia ainda era deputada estadual e tinha foro privilegiado perante o Tribunal de Justiça. Por isso, a investigação era conduzida pela Procuradoria-Geral de Justiça de São Paulo, que atua na corte. Com o fim de seu mandato e a apuração de que os supostos desvios teriam relação com dívidas de campanha, o caso foi enviado à Justiça Eleitoral, esfera em que investigação é feita pela Polícia Federal.

No centro das investigações, está o ex-presidente do PHS Laércio Benko, que  chegou a ocupar, até setembro, uma diretoria na Secretaria de Cultura do governo Jair Bolsonaro. Ele teria financiado a campanha de Clélia, e seria o destinatário da verba desviada do gabinete da ex-deputada. A investigação foi alimentada recentemente pelo depoimento de Renata Porcel, ex-sócia de Benko em seu escritório de advocacia.

A advogada afirmou à Polícia Federal em São Paulo que sabia do esquema operado no gabinete de Clélia, e que ela fez “empréstimos” à deputada para financiar sua campanha. Segundo apurou Crusoé, os valores passam de 250 mil reais. O dinheiro não foi registrado como doação, e Benko, que teria administrado os recursos, na qualidade de presidente do partido, devolveu apenas 20% do valor repassado.

Ex-servidora da Assembleia Legislativa, Daniella Araújo também prestou depoimento. À PF, disse que, dos 16 mil reais mensais que recebia, devolvia 11 mil à parlamentar.

Clélia foi alçada à política por Benko, de quem foi chefe de gabinete na Câmara Municipal de São Paulo. Com base eleitoral na periferia da Zona Norte de São Paulo, chegou a ser catadora de latas, e hoje está sob suspeita de desviar dinheiro público. Em apenas dois anos, os supostos esquemas em seu gabinete podem ter desviado 1,6 milhão de reais.

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  1. Coisas fáceis de se resolver. Como eles vivem com 1/3 do salário que recebem, corta-se 2/3 da verba de gabinete, mantendo ainda o mesmo número dê chupins, inúteis e habitantes do cabide de emprego. Vão trabalhar seus palhaços.

  2. Rachadinhas deveriam ser investigadas por força tarefa com alcance nacional. Trata-se de fenômeno generalizado, o que não diminui a gravidade do crime praticado contra o contribuinte, do qual se extraem tributos de porte europeu em troca de bens e serviços públicos de qualidade moçambicana. O contribuinte aguarda ansiosamente pelas eleições de 2022. Como Davi Eleitor, pretende abater os vampiros e zumbis que sangram a população mal servida pelos políticos -- tão superabundosos quanto ineptos.

  3. Sim, boa a notícia, mas, e o rachid do Flávio Bolsonaro? O Ministério Público do Rio está esperando o que para denunciar? E o ministro FEÉLIX FISCHER por que retirou de pauta o julgamento do mesmo Flávio e não se ouviu qual foi a razão? Ha medo de alguma coisa?

    1. Com os políticos que estão ai? Não temos salvação!

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