Peru decide destino do corpo de terrorista do Sendero Luminoso
14.09.21 20:03O fundador do grupo terrorista peruano Sendero Luminoso, Abimael Guzmán, morreu de pneumonia no sábado, 11, em uma prisão de segurança máxima na Base Naval de Callao, perto de Lima. Segundo a Comissão da Verdade e Reconciliação, Guzmán foi o responsável pela morte de 32 mil pessoas e seu grupo realizou cerca de 200 massacres.
Segundo a lei peruana, familiares têm até 36 horas para solicitar o corpo. A viúva de Guzmán, Elena Iparraguire Revoredo, fez o pedido. Contudo, Elena também está presa, condenada por terrorismo. Ela então fez a solicitação por meio de uma carta, que foi entregue ao Ministério Público por Iris Quiñonez Colchago. Mas Iris não contava a aprovação de um juiz. Com isso, o prazo de 36 horas se esgotou e agora o Ministério Público tenta decidir o que fazer.
Nos últimos dias, familiares das vítimas de Abimael Guzmán têm realizado manifestações para comemorar a morte do terrorista (foto) e impedir a liberação de seu corpo. Nesta terça, 14, vários deles foram ao necrotério onde está o corpo para protestar. Eles pedem que o cadáver seja cremado e que as “cinzas da besta” sejam jogadas ao mar.
Em uma mensagem nas redes sociais, a Federação Nacional das Vítimas do Terrorismo, Fenavit, pediu que congressistas, partidos e políticos democráticos “exijam todas as medidas necessárias para que este não seja o início de um culto a uma pessoa, cadáver ou ideologia, como aconteceu com o infame mausoléu senderista em Comas, mas o contrário, o início do fim de uma ideologia que tanto dano fez ao pais e às famílias peruanas“.
Em 2016, foi descoberto um mausoléu no topo de um cemitério na cidade de Comas, com oito corpos de terroristas. Dois anos depois, o local foi demolido. As homenagens aos mortos eram feitas de maneira velada, mas um vídeo dos rituais acabou vazando na internet e chamou a atenção da imprensa e da polícia.
“Publicamente, os senderistas não fariam um culto a Guzmán“, diz o cientista político peruano Carlos Meléndez, professor da Universidade Diego Portales, no Chile. “O Sendero hoje é basicamente uma seita de narcoterroristas, mas que talvez inclua alguns radicais de esquerda, com alguma interpretação política dos fatos.”
A organização que tem feito campanha pela liberação do corpo é o Movimento pela Anistia e Direitos Fundamentais, Movadef, considerado o braço político do Sendero Luminoso. Em uma carta pública ao presidente do Peru, Pedro Castillo, o Movadef pediu uma “sepultura digna” para o terrorista.
Desde o poder Executivo, algumas declarações importantes foram dadas. Na segunda, 13, o ministro da Justiça, Aníbal Torres, pediu que o cadáver fosse incinerado. Nesta terça, 14, o ministro do Interior, Juan Carrasco, afirmou que o Executivo deve apresentar um projeto de lei para permitir sua cremação.
No sábado, 11, o presidente do Peru, Pedro Castillo, acusado de ter membros do Sendero Luminoso em seu governo, publicou nas redes sociais uma mensagem criticando o terrorismo: “Nossa posição de condenação ao terrorismo é firme e inabalável. Somente na democracia construiremos um Peru de justiça e desenvolvimento para nosso povo“, escreveu Castillo.
A julgar pelas diversas manifestações, de diversos lados, as marcas deixadas pelo terrorismo no Peru não serão apagadas tão cedo.
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Cremar e jogar em lugar incerto e duvidoso, nada de peregrinação
Send to the Hell
200 massacres, 32 mil mortos? CARAMBA!. Aí chego a conclusão que não houve ditadura militar no Brasil. Segundo dados da Comissão Nacional da Verdade, CNV, no período de 1964 a 1988, morreram 434 subversivos/guerrilheiros em confronto com as FFAA, uma mixaria se comparado com o Sendero Luminoso, grupo terrorista peruano de esquerda. Aliás, onde tem esquerda tem terror.
A mulher dele pediu o corpo, então dêem o corpo para ela. Que fiquem na mesma cela.