Adriano Machado/Crusoé

Paulinho da Força vira réu por caixa 2, corrupção e lavagem de dinheiro

29.10.20 19:57

O juiz Marco Antonio Martin Vargas, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, aceitou nesta quinta-feira, 29, denúncia da Lava Jato Eleitoral contra o deputado Paulinho da Força (foto), do Solidariedade, e o genro dele, Cristiano Vilela de Pinho. Os dois responderão pelos crimes de falsidade ideológica eleitoral (caixa 2), corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

De acordo com a denúncia, Paulinho da Força recebeu 1,7 milhão de reais de forma ilícita do Grupo J&F, controlador da JBS, nas campanhas de 2010 e 2012. Os pagamentos, segundo o Ministério Público, foram feitos em espécie ao chefe de gabinete do deputado, José Gaspar Ferraz, e por meio de contratos simulados com o escritório de advocacia do genro do parlamentar — Cristiano teria intermediado um repasse de 250 mil reais.

Na decisão, o magistrado observou que os indícios de irregularidades constam de um vasto material, que inclui colaborações premiadas de Joesley Batista, Demilton Antônio de Castro e Ricardo Saud. Vargas mencionou, ainda, planilhas, e-mails, contratos e laudos periciais produzidos para análise e descrição das informações colhidas durante o cumprimento das medidas de busca e apreensão e de quebra do sigilo bancário do escritório de advocacia Vilela e Silva Gomes Advogados, do genro de Paulinho da Força.

“A aparente convergência de elementos fáticos reforçam a convicção em torno da existência de indícios mínimos a indicar a viabilidade da acusação, em torno da criação de um complexo esquema de omissão de dados à Justiça Eleitoral e de lavagem de capitais, visando a obtenção de vantagem ilícita futura, supostamente erigido para dissimular os fins ilícitos dos grupos políticos e empresariais apontados, condutas que perfazem as coordenadas típicas dos delitos de falsidade ideológica eleitoral, corrupção passiva e lavagem de dinheiro, demarcadas dentro da descrição possível e necessária para esta fase processual”, pontuou o juiz.

A denúncia de Paulinho decorre da Operação Dark Side, a primeira fase da Lava Jato Eleitoral, realizada em julho. Na ocasião, o deputado foi alvo de mandados de busca e apreensão e teve os bens bloqueados por decisão do juiz da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo. O magistrado recebeu os casos relacionados a caixa dois de campanha que desceram do Supremo Tribunal Federal.

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