Peter Burka - Flickr

Para fragilizar democracia americana, russos exploraram questão racial

08.10.19 20:05

A segunda parte do relatório produzido pelo Senado americano sobre a interferência russa nas eleições presidenciais de 2016 foi divulgada nesta terça-feira, 8.

As investigações demonstraram que os russos, que trabalhavam para uma empresa chamada Internet Research Agency (IRA), usaram Youtube, Facebook, Instagram, Twitter e Tumblr para tentar enfraquecer a democracia americana. A maneira preferida para alcançar esse objetivo foi incitando as disputas raciais nos Estados Unidos.

“Nenhum grupo de americanos foi mais atingido pelas operações da IRA do que os afro-americanos. De longe, a questão racial e outras correlatas foram as preferidas para tentar dividir o país em 2016”, diz o relatório.

Mais de 66% dos anúncios impulsionados no Facebook traziam alguma mensagem relacionada a raça. Além disso, as postagens também eram programadas para aparecer a moradores de bairros majoritariamente habitados por negros. Entre as diversas contas criadas, uma delas, “Blacktivist”, gerou 11 milhões de engajamentos entre os usuários do Facebook.

O texto dos senadores cita um relatório de uma empresa chamada TAG working group: “Essas mensagens normalmente eram direcionadas para afro-americanos que viviam em áreas metropolitanas específicas com comunidades negras bem estabelecidas e que já tinham sido inflamadas pelo movimento Black Lives Matter (foto)”.

Das dez contas criadas pelos russos da IRA no Instagram, metade trazia mensagens raciais e eram enviadas para usuários negros. A conta “@Blackstagram_” chegou a ter 300 mil seguidores e gerou 28 milhões de interações.

Nos canais criados no Youtube, 96% dos vídeos tinham como tema as questões raciais ou a brutalidade policial contra os negros.

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