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Os e-mails de Ricardo Barros a executivos da Galvão em dias de entrega de propina

26.09.20 08:02

A quebra do sigilo telemático foi essencial para o Ministério Público seguir o rastro da propina da Galvão Engenharia ao líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, do Progressistas. Ele é investigado por receber 5 milhões de reais em propinas da empreiteira à época em que integrou o governo do tucano Beto Richa, no Paraná.

Um dos e-mails mais reveladores em poder do MP é datado do mesmo dia em que delatores da construtora relatam um pagamento de 400 mil reais diretamente a Barros, em um hotel de São Paulo. A entrega, realizada por um dos executivos da Galvão, teria ocorrido em 24 de janeiro de 2014.

No início da tarde daquele dia, Barros encaminha uma mensagem ao delator: “Saindo de conhonhas (Congonhas) ”. Quase uma hora depois, em um outro e-mail, ele questiona: “Quer ali do lado?”. O executivo, então, responde: “Vou lhe esperar na recepção do prédio”.

Dois meses depois, em março de 2014, Barros envia a seguinte mensagem a um dos executivos da Galvão: “Doc já está na casa civil”. Para o MP, trata-se de uma possível contrapartida ao recebimento de uma nova parcela de 400 mil reais, paga a Barros no dia anterior ao envio do e-mail. “É possível verificar que o investigado Ricardo Barros encaminha dados referentes ao andamento da tramitação de documentos”, diz a investigação.

Como já mostrou Crusoé, trocas de emails também ajudaram os investigadores a identificar possíveis práticas de lavagem de dinheiro. A partir do acesso às mensagens eletrônicas dos investigados, os promotores chegaram à conclusão que parte do dinheiro da Galvão foi usada por um amigo de Ricardo Barros para pagar um débito fiscal de 220 mil reais de uma churrascaria com um nome curioso para a situação: Fim da Picada.

O repasse abriu caminho para que o estabelecimento fosse adquirido por uma construtora e negociado por uma empresa ligada ao deputado. O comprovante da quitação do débito do restaurante foi encaminhado via e-mail por Barros a um funcionário da empresa que comprou o imóvel.

Em delação premiada, executivos da empreiteira afirmam que os pagamentos de propina a Barros tinham como objetivo facilitar negócios com a Copel, a estatal de energia do Paraná.

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  1. Esse é o líder do governo Bolsonaro. Quem ainda aprova este governo ou gosta de ladrão ou perdeu a noção de tudo. Pode se internar!

  2. Chega a ser impressionante o manto de silêncio sobre essa e outras denúncias em rádios e Tv's, não só feitas pelo Antagonista e Crusoé. A impressão é que controlou geral.

  3. É. Bolsonaro está muito bem acompanhado com os novos amigos, aliados, colegas...... traiu. Muito bem seus eleitores. Mais do mesmo!

  4. Quando eu vejo os bozistas escreverem sobre honestidade, patriotismo, cristianismo e outras coisas mais, o único sentimento que tenho é de pena, muita pena. Como estes idiotas continuam ainda apoiando um presidente genocida que tanto mal fez ao país e a estes mesmos bozistas. Deve haver alguma explicação psicológica para tal nível de subserviência e degradação humana. Ser bozista, eu creio, é o nível mais degradante que um ser humano pode atingir!

  5. Esse governo do PSDB no Paraná fez uma farra na porta da Lava Jato e não viram nada. Dr. Moro os amigos do PSDB estão sendo investigados após sua saída, o que está havendo? Quero ver a hora que chegar a vez do FHC.

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