Adriano Machado/Crusoé

Opção para ajudar Lula em SP, Alckmin teve votação pífia no estado em 2018

05.12.21 16:38

Lulistas e alckmistas conversam há algumas semanas sobre a possibilidade de uma aliança entre Geraldo Alckmin (foto) e o ex-presidente Lula na eleição ao Palácio do Planalto em 2022.

O principal argumento usado pelos defensores da chapa Lulalckmin, com Alckmin evidentemente de vice, é o de que o ex-governador de São Paulo,  de saída do PSDB, ajudaria o presidenciável do PT a crescer eleitoralmente no estado mais populoso do país, onde o antipetismo ainda é forte.

Um dos interessados na articulação, o PSB, provável destino de Alckmin, diz ter em mãos uma pesquisa mostrando que Lula sobe 4 pontos com a entrada do ainda tucano na chapa, o que poderia, segundo os socialistas, até “garantir uma vitória do líder petista no primeiro turno”.

Os números da última eleição, contudo, indicam que o peso de Alckmin no cenário nacional pode estar superdimensionado. Dono do pior desempenho eleitoral do PSDB na corrida presidencial, em 2018, com apenas 4,7%, o ex-governador teve uma votação pífia até no estado que comandou por 13 anos.

Naquela disputa pelo Planalto, Alckmin foi apenas o quarto colocado em São Paulo, com 9,5% dos votos. Ficou atrás não somente do presidente Jair Bolsonaro, que teve 53% dos votos, como também perdeu para o petista Fernando Haddad, 16,4%, e para Ciro Gomes, 11,3%.

Efetivamente, 2,2 milhões de paulistas votaram em Alckmin para presidente em 2018, o que representa 1,7% do número total de eleitores do país hoje. Por mais que o tucano apareça em primeiro nas pesquisas sobre a disputa pelo governo de São Paulo, não é crível imaginar que seus eleitores, majoritariamente conservadores e que chegaram a trocá-lo por Bolsonaro há três anos justamente para derrotar o PT, topem votar em Lula porque Alckmin aceitou ser vice.

O PT quer, de fato, usar o posto de vice na chapa de Lula como um aceno ao centro, pensando num eventual segundo turno contra Jair Bolsonaro. Embora a popularidade do presidente tenha despencado em São Paulo desde o início do governo, o centro está repleto de candidatos que podem herdar os votos de 2018 de bolsonaristas e alckmistas, como o ex-juiz Sergio Moro e o próprio governador paulista João Doria.

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