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O que os italianos têm a ganhar com a redução do número de parlamentares

21.09.20 12:27

Os italianos votam nesta segunda, 21, no segundo dia de eleições regionais. O pleito inclui um referendo para reduzir o número de deputados de 630 para 400, e de senadores de 315 para 200 (foto). Cerca de um terço das cadeiras deve ser eliminado.

A proposta já foi aprovada no Congresso e tem boas chances de passar no referendo. As pesquisas eleitorais mostravam que 70% da população apoiava a redução no número de congressistas.

O impacto econômico será pequeno. Com o corte no número de congressistas, a economia deve ser de apenas 91 milhões de euros por ano. O orçamento do governo italiano é de 900 bilhões de euros.

O principal efeito será sentido na instável política italiana. Em parlamentos menores é mais difícil para os partidos pequenos elegerem representantes, o que pode tornar o trabalho do Congresso mais ágil. “Embora uma redução possa resultar em menor diversidade de vozes representadas na tomada de decisões, isso também significaria menos grupamentos a ser consultados para aprovar uma legislação”, diz Matthew Bergman, professor de política comparada na Universidade de Viena, na Áustria.

O fim dos partidos nanicos também poderia favorecer a governabilidade. Isso porque haveria menos agremiações aptas a solicitar a instalação de um novo governo ou a convocação de novas eleições. Além disso, um corte no número de parlamentares também reduziria a dependência que as coalizões de governo têm dos partidos menores. “Muitas vezes, a coalizão governante depende do apoio de pequenos partidos para manter sua maioria”, diz Bergman. “Quando esse apoio é retirado, como aconteceu em 1994, 1998 e 2008, o governo cai.” Desde 1992, apenas Silvio Berlusconi, que governou de 2001 a 2006, foi capaz de completar um mandato.

Por fim, na Itália, é comum que os políticos se afastem dos seus partidos para formar outros menores. Como ficará mais difícil conseguir cadeiras em um Congresso menor, é provável que os políticos fiquem menos tentados a fundar uma nova sigla.

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