Foto: Reprodução

O que explica a postura de López Obrador com Evo Morales

12.11.19 15:41

Ao dar asilo político ao ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, o México reafirma sua tradição de acolher líderes que renunciaram, foram depostos ou eram perseguidos em seus países. O revolucionário russo Leon Trótski, o xá do Irã Reza Pahlevi e o hondurenho Manuel Zelaya são exemplos de pessoas que ganharam asilo no México.

Mas, mais do que isso, o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador (foto), também está redirecionando a diplomacia de seu país.

“O México não apenas deu asilo político a Evo Morales e García Linera, como também foi um dos poucos países, ao lado de Venezuela e Cuba, a reconhecer o resultado fraudulento do primeiro turno da eleição, realizado no dia 20”, diz o mexicano-americano Tony Payan, cientista político da Universidade Rice e professor da Universidade Autônoma de Ciudad Juárez, no México. “Com isso, o México se colocou no centro da atual tormenta da América Latina. Ao reconhecer a eleição de Morales, o México teoricamente não poderia legitimar o governo interino da Bolívia, que deverá ser formado em breve.”

De acordo com Payan, o presidente López Obrador está quebrando a tradição da política externa mexicana, neutra e não intervencionista, para aliar-se com Venezuela e Cuba. “Esta é a primeira vez, em muitas décadas, que o México fica do lado da esquerda mais radical da região”, diz Payan. “Essa política mostra muito bem qual é o núcleo ideológico desta administração.”

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