Fabio Rodrigues Pozzobom

O que a popularidade digital revela sobre a eleição de 2022

23.07.21 16:45

A consultoria Quaest acompanha a popularidade digital de diversos políticos brasileiros a partir de 152 variáveis coletadas do Twitter, Facebook, Instagram, YouTube, Wikipedia e Google. O resultado da investigação é publicado no Índice de Popularidade Digital, IPD, que vai de zero a 100 . A análise dos dados permite tirar algumas conclusões sobre a eleição presidencial do ano que vem (foto).

Uma delas é que nenhum integrante da terceira via consegue manter uma popularidade alta na internet por muito tempo. “Quando começou a vacinação, o João Doria atingiu um pico, depois caiu. Eduardo Leite ganhou projeção com sua entrevista em que se assumiu gay, mas sua popularidade voltou ao mesmo nível depois. Ciro Gomes cresceu depois de falar em religião, depois diminuiu“, diz o cientista político Felipe Nunes, professor da Universidade Federal de Minas Gerais e diretor da consultoria Quaest. “O que o IPD tem demonstrado é que Jair Bolsonaro e Lula continuam sendo os dois personagens capazes de mobilizar mais gente no mundo digital neste momento, o que deve repercutir na eleição de 2022.”

Apesar de não serem ameaçados por outros nomes na internet, tanto a popularidade de Bolsonaro como de Lula têm oscilado nos últimos tempos.

Bolsonaro vinha de uma popularidade na casa dos 80 em 2019 e 2020. O início da CPI da Covid o afetou, derrubando seu índice para cerca de 45 pontos. “A popularidade do presidente nunca esteve tão frágil, mas foi apenas a CPI da Covid entrar em recesso e Bolsonaro ser internado para tratar uma obstrução intestinal para ele recuperar seu patamar“, diz Nunes.

Lula fica em segundo lugar na medição e chegou a empatar com Bolsonaro em alguns momentos ao longo do ano, mas começou a registrar uma queda a partir de junho. No mês seguinte, ao apoiar a ditadura cubana durante a repressão aos manifestantes, sua popularidade chegou ao piso. “O apoio de Lula à ditadura cubana animou os bolsonaristas, não empolgou muito os petistas e gerou certo pavor entre as pessoas de centro. Com isso, a repercussão negativa acabou se sobrepondo à positiva, reduzindo sua popularidade“, diz Nunes. A popularidade do ex-presidente caiu, então, de 43 para cerca de 27.

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