Adriano Machado/Crusoé

Fidelidade de Kassio Marques à família Bolsonaro será testada pela primeira vez

25.11.20 20:46

Um mês após tomar posse, Kassio Marques (foto) será submetido ao primeiro teste de fidelidade à família Bolsonaro. Integrante da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, o novo ministro deve participar do julgamento do habeas corpus de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro. A sessão virtual está agendada para o período entre 4 e 11 de dezembro.

Na deliberação, os ministros votarão para manter ou derrubar a decisão de Gilmar Mendes que garantiu prisão domiciliar a Queiroz e a sua mulher, Márcia Aguiar. Os dois são alvos de denúncia do Ministério Público pela operação de um esquema de “rachid” no antigo gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio, a Alerj.

De perfil garantista, Kassio Marques demonstrou, nas primeiras sessões das quais participou, alinhamento às posições de Gilmar e Ricardo Lewandowski. Na estreia, por exemplo, seguiu o voto de Gilmar, impondo uma derrota à Lava Jato — na ocasião, a Turma decidiu retirar a investigação que mira o promotor Flávio Bonazza das mãos do juiz Marcelo Bretas, responsável pela operação no Rio de Janeiro.

A postura destoa dos demais integrantes do colegiado: Edson Fachin e Cármen Lúcia, conhecidos pela rigidez em decisões. 

A participação de Marques no julgamento poderia significar, no mínimo, um conflito de interesses, já que sua indicação ao STF foi endossada justamente pelo filho 01 de Jair Bolsonaro e ex-chefe de Queiroz, embora, publicamente, ele negue a informação.

O ministro, entretanto, parece não se importar. Ao herdar 1,6 mil processos relatados por seu antecessor, o ministro Celso de Mello, o magistrado viu cair em suas mãos ações que miram Flávio e Eduardo, filhos do presidente da República. Um dos processos redistribuídos questiona o foro privilegiado do senador nas investigações sobre o esquema de “rachid”. Kassio ainda não se declarou suspeito para julgar os casos. 

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