Agência Brasil

‘O poder corrompe e destrói’, diz o general Rêgo Barros, demitido do governo

28.10.20 10:09

O general Otávio do Rêgo Barros, ex-porta-voz da Presidência da República demitido no último dia 7, escreveu um artigo em que faz críticas veladas ao Palácio do Planalto. “O poder corrompe e destrói”, afirmou o militar, em texto publicado no jornal Correio Braziliense.

Sem citar nomes, Rêgo Barros faz uma alegoria sobre como autoridades eram tratadas no Império Romano. “A ovação de autoridades, de gente crédula e de muitos aduladores, poderá toldar-lhe o senso de realidade. Infelizmente, nos deparamos hoje com posturas que ofendem àqueles costumes romanos. Os líderes atuais, após alcançarem suas vitórias nos coliseus eleitorais, são tragados pelos comentários babosos dos que o cercam ou pelas demonstrações alucinadas de seguidores de ocasião”.

O general criticou ainda falsas promessas de campanha. “É doloroso perceber que os projetos apresentados nas campanhas eleitorais, com vistas a convencer-nos a depositar nosso voto nas urnas eletrônicas, são meras peças publicitárias, talhadas para aquele momento. Valem tanto quanto uma nota de sete reais”.

“Tão logo o mandato se inicia, aqueles planos são paulatinamente esquecidos diante das dificuldades políticas por implementá-los ou mesmo por outros mesquinhos interesses. Os assessores leais — escravos modernos — que sussurram os conselhos de humildade e bom senso aos eleitos chegam a ficar roucos”, escreveu o general.

Segundo Rêgo Barros, “alguns deixam de ser respeitados. Outros, abandonados ao longo do caminho, feridos pelas intrigas palacianas. O restante, por sobrevivência, assume uma confortável mudez. São esses, seguidores subservientes que não praticam, por interesses pessoais, a discordância leal”.

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