Tia Dufour

O impacto do anúncio de Trump na cotação do dólar

02.12.19 16:11

Ao anunciar no Twitter uma sobretaxa às importações de aço e alumínio do Brasil e da Argentina, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (foto), acusou esses dois países de desvalorizarem intencionalmente suas moedas para ganhar competitividade.

Em sua mensagem, o presidente atacou países que, segundo ele, aproveitam-se do dólar forte. “Isso torna muito difícil para nossos fabricantes e fazendeiros exportar bens de maneira justa”, escreveu Trump.

Contudo, uma sobretaxa ao aço e alumínio do Brasil poderia, em tese, desvalorizar ainda mais o real frente ao dólar.

“Uma decisão como a de Trump pode afetar a balança comercial brasileira, pressionar a inflação e gerar incertezas. Tudo isso poderia culminar com uma desvalorização maior do real”, diz Roberto Dumas Damas, professor de economia internacional do Insper, em São Paulo.

Talvez, um dos objetivos de Trump com a ameaça de tarifas seja o de forçar o Banco Central do Brasil a evitar uma desvalorização ainda maior — algo que ele, em parte, já conseguiu.

Na abertura do mercado, o dólar começou a operar em alta e chegou a 4,25 reais. Em seguida, a moeda americana começou a cair com a realização de leilões do Banco Central.

“Acredito que Trump esteja fazendo isso, em primeiro lugar, de olho nas eleições. Isso de falar em proteger os fazendeiros faz parte do jogo doméstico. Ou, talvez, ele também queira forçar Banco Central brasileiro a intervir mais no câmbio”, diz o economista Paulo Di Blasi, do Ibmec, no Rio de Janeiro.

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