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O homem da Camargo Corrêa que pode entregar agentes públicos

05.07.20 16:12

Genro do fundador da Camargo Corrêa, o ex-vice-presidente da empreiteira Luiz Roberto Ortiz Nascimento havia passado ileso diante das inúmeras acusações de fraude em contratos e corrupção de agentes públicos envolvendo uma das gigantes da construção civil no país. Mas isso durou até a semana passada, quando Nascimento virou réu na Justiça Federal de Brasília acusado de subornar executivos do Petros para que o fundo de pensão dos funcionários da Petrobras comprasse ações do Itaú que pertenciam à Camargo Corrêa.

Segundo o Ministério Público Federal, a operação custou 1,26 bilhão de reais e causou prejuízo de 422 milhões de reais ao Petros. Sete ex-dirigentes do fundo também foram denunciados pela Operação Greenfield, que contou com a delação premiada de peças-chave, como o ex-ministro Antonio Palocci.

A primeira denúncia contra o executivo da Camargo Corrêa animou investigadores que tocam outros inquéritos relacionados a supostos crimes praticados pela empreiteira, principalmente em São Paulo e em Brasília. Segundo um investigador, Nascimento tinha ótima relação com o mundo político e teria atuado diretamente em acertos ilícitos.

Um dos casos envolvendo o ex-controlador da Camargo é o suposto pagamento de propina ao ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça César Asfor Rocha para enterrar a Operação Castelo de Areia entre 2009 e 2010.

Nascimento é mencionado na delação de Palocci como responsável por operar os pagamentos ilícitos para acabar com uma investigação que tinha potencial para virar a Lava Jato, uma vez que havia descoberto pagamento de propina a políticos e agentes públicos em troca de contratos superfaturados. Até agora, o executivo da empreiteira tem negado envolvimento em irregularidades.

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