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O êxodo desesperado dos tradutores afegãos

31.07.21 10:08

Milhares de tradutores que trabalharam para tropas estrangeiras no Afeganistão estão sendo evacuados às pressas do país.

Ao longo dos 20 anos da Guerra do Afeganistão, esses profissionais (no centro da foto) foram essenciais para que soldados americanos e de outras nacionalidades se entendessem com a população do país.

Nos últimos meses, eles têm sido caçados pelo grupo terrorista Talibã e recebido ameaças de morte. Em maio, um mês após o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciar a retirada das tropas americanas, o tradutor Sohail Pardis estava dirigindo para sua casa em Cabul, a capital do Afeganistão, quando teve de parar em um posto de controle do Talibã. Com medo, ele acelerou o veículo e foi alvejado. Segundo moradores, Pardis foi retirado do veículo e decapitado.

No início de junho, o Talibã divulgou um comunicado afirmando que não haveria perseguição às pessoas que trabalharam para os militares estrangeiros: “O Emirado Islâmico gostaria de informar que essas pessoas devem demonstrar remorso por suas ações passadas e não devem se envolver novamente em atividades que significam uma traição ao Islã e ao país“. Na prática, porém, esses profissionais estão sendo caçados e assassinados.

Segundo a Embaixada dos Estados Unidos em Cabul, 18 mil afegãos pediram asilo no país. Uma operação foi montada para resgatá-los de avião. Na semana passada, o primeiro avião com 200 pessoas, entre tradutores e seus familiares, chegou a uma base militar americana no estado da Virgínia.

Os tradutores também estão sendo levados para os outros países que participaram da operação da Organização do Tratado do Atlântico Norte, a Otan, no Afeganistão. Entre eles estão Canadá, Austrália, Holanda e a Turquia.

Desde que os Estados Unidos anunciaram a retirada das tropas, o Talibã tem conquistado várias regiões e agora domina a metade dos distritos afegãos, o que torna mais difícil, para as pessoas que de alguma forma auxiliaram as tropas estrangeiras, a tarefa de encontrar um lugar seguro para viver dentro do próprio país.

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