Abal/Juca Varella

O alumínio brasileiro na eleição americana

25.10.20 18:24

Na tentativa de ganhar apoio da indústria pesada americana às vésperas das eleições de 3 de novembro, o governo dos Estados Unidos anunciou no início de outubro uma sobretaxa ao alumínio de dezoito países, incluindo o Brasil.

“Eles impuseram ao Brasil uma taxa entre 50% e 137%. Na prática, ficou impossível exportar para os Estados Unidos”, diz Milton Rego, presidente-executivo da Associação Brasileira de Alumínio.

A medida foi tomada depois que um grupo de empresas americanas abriu na Organização Mundial do Comércio, a OMC, uma denúncia acusando outros países de subsídio e dumping. A investigação está em andamento e a OMC marcou uma decisão para abril. O governo de Donald Trump, contudo, preferiu não esperar e tomou uma decisão unilateral, sobretaxando as importações.

“Foi uma medida claramente eleitoreira, mas que não necessariamente terá algum efeito prático”, diz Rego. Segundo ele, é a terceira vez que o governo de Trump tenta ressuscitar a tradicional indústria pesada de alumínio dos Estados Unidos. A primeira foi em 2018, quando Trump anunciou no Twitter um aumento na sobretaxa do aço e alumínio de diversos países. Em vez de estimular a indústria americana, o resultado foi um aumento no preço do alumínio de 10% no mercado americano.

A segunda tentativa se deu no ano passado, com um aumento também de 10% da taxa. A terceira foi no início de outubro. “Trump tem continuado com sua escalada protecionista, mas dificilmente conseguirá reerguer sua indústria, que tem unidades muito antigas”, diz Rego. “Além disso, não faz sentido para os Estados Unidos, que sequer têm bauxita, produzirem chapas de alumínio. Para eles, faria mais sentido focar em produtos mais acabados.”

Uma vitória de Joe Biden na eleição de novembro certamente mudaria essa perspectiva. Entre os produtores brasileiro, a torcida a favor do democrata é clara. Caso contrário, o Brasil poderá seguir sendo vítima de medidas desse tipo.

Os comentários não representam a opinião do site. A responsabilidade é do autor da mensagem. Em respeito a todos os leitores, não são publicados comentários que contenham palavras ou conteúdos ofensivos.

500
  1. Trump se elegeu em 2016 com o apoio do rust belt, que sabe que os Dems estavam destruindo a indústria americana e a vendendo para a China. Por quê precisaria de qualquer medida eleitoreira? PS, pretendem publicar uma única vírgula sobre o laptop de Hunter Biden ou sobre a censura que as gigantes monopolistas do Vale do Silívio impuseram à história?

    1. Quanto besteirol. As indústrias americanas poluentes foram para a China porque lá as leis ambientais não eram tão religiosas e a mão de obra era qualificada e baratíssima. Isto é o capitalismo mundial: as empresas sempre procurando diminuir os custos de produção e aumentar o lucro. Como é interessante ver um trumpista defendendo controle no livre mercado! Muito interessante!

  2. Preço do aluminio no Brasil esta absurdo, só assim estes tubarões ( banqueiros) donos das usinas irão ser obrigados a dar um refresco!!!

    1. Sou obrigado a concordar. Absolutamente não deu certo. #wakeupdeadman

  3. Os negociadores de Trump devem nos achar os perfeitos idiotas. Eles tentam convencer o Brasil a não adotar o 5G chinês, favorecendo os EUA e, em troca, criam essa sobretaxa obscena sobre o alumínio brasileiro. Mui amigo.....

  4. Pois é, né mesmo ""famíglia de broncossauros patetóides""?!!! Agora vão lá agradecer ao agente laranja!!!! Embora vocês estejam mesmo é se lixando para o BRASIL.

Mais notícias
Assine agora
TOPO