Secretaria dos Esportes do Estado de São Paulo

Novo diretor da PF é primo e ex-assessor de político preso por corrupção

06.04.21 20:15

Novo diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Gustavo Maiurino é primo e ex-assessor do ex-deputado federal Marcelo Squassoni, do Republicanos, que foi preso pela PF em 2019 em uma investigação sobre desvios milionários em contratos do Porto de Santos.

Maiurino trabalhou no gabinete do ex-parlamentar em 2015, três anos antes da deflagração da Operação Círculo Vicioso, responsável por mirar as fraudes em Santos e levar Squassoni à cadeia. Segundo o Ministério Público Federal, o ex-parlamentar liderava um esquema que recebia mesada de até 60 mil reais por mês em troca de contratos no porto e que teria movimentado pelo menos 1,6 milhão de reais.

Em 2016, o delegado foi alçado ao cargo de secretário de Esportes do governo de São Paulo. À época, a pasta integrava a cota de indicações políticas do PRB, atual Republicanos, que integrava a base do ex-governador Geraldo Alckmin na Assembleia Legislativa. A influência de Squassoni foi decisiva para que o delegado assumisse o cargo. Hoje, o Republicanos abriga o senador Flávio Bolsonaro e outros aliados do Planalto.

Maiurino ficou dois anos à frente da pasta de Esportes em São Paulo. Em 2018, quando Márcio França assumiu o governo paulista, ele foi secretário-adjunto de Segurança Pública do Estado. No ano seguinte, foi convidado pelo então governador Wilson Witzel, do PSC, para ser subsecretário de Inteligência da Secretaria de Segurança. Até então, Witzel era também um aliado de Bolsonaro.

Após três meses no governo do Rio, o delegado foi convidado pelo ministro Dias Toffoli para ser o secretário de Segurança da corte durante sua gestão. Em setembro do ano passado, Maiurino foi nomeado na segurança do Conselho de Justiça Federal pelo presidente do STJ, Humberto Martins.

Foi nesse período atuando nas cortes superiores do Judiciário em Brasília que Maiurino se aproximou do recém-empossado ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, que o indicou para comandar a PF. À época, Torres era secretário de Segurança do governo de Ibaneis Rocha, no Distrito Federal. A familia do novo delegado-geral da PF tem trajetória na Segurança Pública. O pai dele é coronel aposentado da Polícia Militar e o irmão policial federal.

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