Nova cortina de fumaça: Bolsonaro ataca Barroso e clama por voto impresso

Após desafiar o Supremo Tribunal Federal e fazer um ataque velado à China, Jair Bolsonaro (foto) investiu na criação de uma nova cortina de fumaça, enquanto avançam os trabalhos da CPI da Covid. Desta vez, o presidente da República mirou a artilharia no presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Luís Roberto Barroso, e pediu apoio  à PEC do voto impresso.

Bolsonaro fez o apelo em nome da aprovação da proposta que exige a impressão de cédulas em papel na votação e na apuração de eleições, plebiscitos e referendos no Brasil, durante a tradicional live de quinta-feira. Ao lado do presidente da Caixa, Pedro Guimarães, o chefe do Planalto criticou o presidente do TSE pela avaliação de que o voto impresso criaria “caos” e “judicialização” do resultado eleitoral.

Na transmissão ao vivo, Bolsonaro afirmou que Barroso se porta como se fosse “o dono do mundo” e classificou o Brasil como uma “republiqueta” em razão da adoção ao voto eletrônico. “Olha, eu acho que ele, o Barroso, é o dono do mundo, só pode ser. O homem da verdade absoluta. Não pode ser contestado. Estou preocupado que, se Jesus Cristo baixar aqui na Terra, ele vai ser boy do ministro Barroso. Ninguém mais aceita esse voto que está aí. Como vai falar que esse voto é preciso, legal, justo e não é fraudado. A única republiqueta do mundo é a nossa, em que é feita essa porcaria desse voto eletrônico. Isso tem que ser mudado“, disparou.

Bolsonaro ainda voltou a afirmar que, se o Congresso chancelar a PEC, o Brasil recorrerá ao voto impresso já em 2022. “Não vou nem falar mais nada… Vai ter voto impresso, porque, se não tiver voto impresso, é sinal que não vai ter eleição. Acho que o recado está dado. Não sou o dono da verdade, mas respeito o parlamento brasileiro“.

De acordo com Bolsonaro, a parcela da população que não aprova a adoção das cédulas de papel “acredita em papai Noel, está do lado do Barroso ou sabe que pode ter fraude e vai se beneficiar“. “Alguns acham que pode ter fraude só para presidente. Se engana. Pode ter para senador, deputado federal e estadual. E, se vier um ‘fraudão’ aí, você vai reclamar para quem? Para o papa?“, emendou, sem apresentar provas de quaisquer sinais de ilicitudes.