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Em apuros para as eleições, governo argentino congela preços de 1.247 produtos

14.10.21 17:52

O secretário de Comércio da Argentina, Roberto Feletti (foto), anunciou nesta quarta, 13, o congelamento de preços de 1.247 produtos de “consumo massivo“. Os valores não poderão ser reajustados até o dia 7 de janeiro — prazo que abarca as eleições legislativas de 14 novembro.

O objetivo é conter a inflação, que segundo as previsões do governo ficará em 45% este ano. Mas o congelamento de preços nunca se mostrou eficiente nesse ponto. Geralmente propagandeados como sendo um “acordo” com empresas e supermercados, a medida sempre acabou com prateleiras vazias ou produtos vendidos com ágio.

A dúvida é se o congelamento poderá melhorar o desempenho dos candidatos oficialistas na eleição legislativa. Nas primárias, que ocorreram em setembro, os governistas só conseguiram 32% dos votos, enquanto a oposição ficou com 41%.

Para o consultor argentino Cristian Solmoirago, o congelamento não apenas não beneficiará o governo, como poderá ter o efeito inverno. “O congelamento de preços nunca teve um efeito eleitoral na Argentina. Mais do que isso, essa pode ser uma medida contraproducente. Se o eleitor for ao supermercado achando que os preços estão mesmo congelados, ele poderá ficar desapontado ao notar um aumento nas gôndolas“, diz Solmoirago.

O pesquisador Gustavo Córdoba, da consultoria Zuban Córdoba, também acha que o impacto não será grande. “É muito difícil que o congelamento tenha uma repercussão imediata. O desencanto generalizado entre os argentinos tem a ver com a economia, mas está mais ligado à falta de liderança e de credibilidade do presidente Alberto Fernández“, diz Córdoba. “É possível até que a diferença a favor da oposição aumente.”

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