Adriano Machado/Crusoé

‘Não tinha motivo para aquilo’, afirma Bolsonaro sobre carta de Barra Torres

10.01.22 18:54

Jair Bolsonaro (foto) afirmou nesta segunda-feira, 10, ter sido surpreendido pela carta aberta em que o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Antonio Barra Torres, cobrou dele uma retratação pública pelos ataques à autarquia após o aval à vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra o novo coronavírus.

Na nota oficial, Barra Torres pediu que, caso Bolsonaro tenha informações que “levantem o menor indício de corrupção” contra ele, “não perca tempo nem prevarique” e que “determine imediata investigação policial“. A manifestação aconteceu depois de o presidente indagar os interesses dos “tarados por vacina”.

Em entrevista à Jovem Pan, o presidente classificou a carta como “agressiva“. “Eu me surpreendi com a carta dele. Uma carta agressiva. Não tinha motivo para aquilo. Eu perguntei ‘o que está por trás do que a Anvisa vem fazendo’. Ninguém acusou ninguém de corrupto”, comentou.

Bolsonaro lembrou que foi ele quem indicou Barra Torres ao comando da Anvisa, mas ponderou que, após a nomeação, o contra-almirante da Marinha “ganhou luz própria“. “Por enquanto, não tenho o que fazer em relação a isso aí“, emendou, em relação ao fato de não poder retirar o diretor-presidente da agência do cargo.

O presidente acrescentou que, antes da manifestação pública de Barra Torres, os dois tiveram uma conversa. “Ele não precisava agir daquela maneira. A conversa que tive com ele antes era sobre vacinação de crianças. Esse é o assunto que discuti. Perguntei: ‘Barra, quantas crianças morreram no Brasil ao longo da pandemia?’. Hoje tive contato com um blog do Rio Grande do Sul que pegou blogs da CDC [Centro para Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos]. E, no Rio Grande do Sul, durante o ano todo de 2021, não morreu nenhuma crianças de 5 a 9 anos”, emendou.

Na entrevista, Bolsonaro omitiu dados do Ministério da Saúde que indicam que, desde o início da pandemia, houve o registro de 6.191 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave pelo novo coronavírus entre a população pediátrica e 308 mortes.

Acredito que o trabalho [da Anvisa] poderia ser diferente. Agora, ele pode rebater em cima dessa crítica. Ele é quem decide. Eu o nomeei para lá e, depois da nomeação, ele ganhou luz própria. Espero que ele acerte na Anvisa. Mas não tivemos nenhum atrito ao ponto tal de ele falar que eu tinha que identificar algum indício de corrupção“.

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