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‘Não faremos nenhuma aventura’, afirma Bolsonaro, após manobras para furar teto de gastos

22.10.21 15:42

O presidente Jair Bolsonaro se reuniu com o ministro da Economia, Paulo Guedes, na sede da pasta nesta sexta-feira, 22, e fez um pronunciamento para tentar acalmar o mercado. O discurso conjunto foi uma sinalização de que, por ora, Guedes segue à frente do ministério – ao final do pronunciamento, Bolsonaro e o ministro se abraçaram em frente às câmeras.

A bolsa teve forte queda e o dólar subiu, após a debandada na equipe da economia, motivada por manobras para furar o teto de gastos. Ao lado de Guedes, Bolsonaro voltou a culpar as medidas restritivas adotadas por governadores pela alta da inflação e disse que o valor de 400 reais definido para o Auxílio Brasil foi resolvido “com responsabilidade”.

Bolsonaro afirmou que o valor médio atual do Bolsa Família, de 192 reais, “é insuficiente”, mas afirmou que a elevação dos benefícios não vai representar danos às finanças públicas. “Não queremos colocar em risco nada no tocante à economia”, garantiu o chefe do Palácio do Planalto, durante o discurso. “A economia está ajustada, não existe solavanco, ou qualquer descompromisso da nossa parte”.

O presidente da República confirmou o pagamento de um auxílio aos caminhoneiros, que estão insatisfeitos com a alta sucessiva dos combustíveis. A estimativa é que o benefício custe cerca de 4 bilhões de reais por ano. Bolsonaro voltou a negar qualquer intenção de interferir na política de preços da Petrobras e anunciou que nos próximos dias deve haver um novo reajuste nos valores da gasolina e do diesel. “Não existe da nossa parte o congelamento de preços. Sabemos que as consequências são maiores do que o aumento em si”, explicou.

O ministro Paulo Guedes tentou explicar a decisão do governo e pediu empenho do Congresso para aprovação da PEC dos Precatórios, que vai permitir o pagamento do benefício. “Não vamos deixar milhões passando fome para tirar 10 em política fiscal”, justificou.

Guedes alertou, entretanto, que não há margem para que o Congresso eleve ainda mais o valor do benefício fixado em 400 reais. “Se for para 500, 600, esquece, vamos desorganizar a economia brasileira”, garantiu. “As finanças seguem inabaladas”. Para pagar o Auxílio Brasil de 400 reais, o governo estima um gasto extrateto de pelo menos 30 bilhões de reais.

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