Marcos Corrêa/PR

Na TV e no rádio, Bolsonaro cita Kalil e defende cloroquina

08.04.20 20:56

No quinto pronunciamento à nação sobre o novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro (foto) defendeu nesta quarta-feira, 8, o uso da cloroquina no tratamento da doença de forma generalizada — do caso mais leve ao crítico —, apesar da falta de estudos científicos conclusivos que atestem a eficácia da substância.

Para validar o discurso, em rede nacional de TV e rádio, o chefe do Palácio do Planalto mencionou o caso do cardiologista Roberto Kalil. Curado da Covid-19, o médico admitiu ter tomado o medicamento. “Cumprimentei-o pela honestidade e pelo compromisso com o juramento de Hipócrates ao assumir que não só usou a hidroxicloroquina, bem como a ministrou para dezenas de pacientes”, disse. 

Bolsonaro avaliou que a decisão de Kalil de prescrever a cloroquina a terceiros pode “entrar na história como tendo salvo milhares de vidas no Brasil”. O presidente acrescentou que, em conversa com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, assegurou a liberação de insumos farmacêuticos necessários para a produção da substância. Os materiais devem chegar ao Brasil no próximo sábado, 11. 

Na fala de quatro minutos, o presidente voltou a demonstrar a defesa da flexibilização das restrições no país para a retomada da economia. “Os mais humildes não podem deixar de se locomover para buscar seu pão”. Ao argumentar, afirmou respeitar a autonomia dos gestores. Ressaltou, no entanto, que “o governo federal não foi consultado sobre a amplitude ou duração” das iniciativas. 

O chefe do Executivo ainda repetiu o mantra de que “as consequências do tratamento não podem ser mais danosas que a própria doença”. “O desemprego também leva à pobreza, fome e miséria, enfim, à morte”, completou.

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