Adriano Machado/Crusoé

Na carona de decisões pró-Lula, enrolados na Lava Jato tentam anular processos

27.09.21 08:11

Políticos, operadores e empresários enrolados na Lava Jato aproveitam as decisões favoráveis ao ex-presidente Lula no Supremo Tribunal Federal para tentar escapar da Justiça usando argumentos semelhantes aos do petista.

A estratégia foi usada recentemente pelo deputado federal Aníbal Gomes, do MDB, que já foi condenado a 13 anos de prisão pela Segunda Turma do STF em razão do suposto recebimento de 3 milhões de reais em propinas. Gomes busca anular ações que podem tornar sua pena ainda maior.

Para alcançar o objetivo, Aníbal Gomes pediu ao ministro Ricardo Lewandowski que estenda a ele uma decisão na qual proibiu a Lava Jato de usar provas contra Lula. Gomes também quer que a Justiça Federal no Paraná seja declarada incompetente para julgá-lo, o que levaria à anulação da denúncia.

O mesmo caminho foi seguido pelo dono da cervejaria Itaipava, Walter Faria. E com êxito. Faria conseguiu que Lewandowski suspendesse ações com base na delação da Odebrecht, pelos mesmos motivos que beneficiaram Lula, no início deste mês.

Diversos réus na Lava Jato também conseguiram acesso às mensagens hackeadas de celulares dos procuradores de Curitiba, como o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, do MDB, e o ex-governador do Paraná, Beto Richa, do PSDB. No caso específico de Cunha, o STF anulou sua condenação na Lava Jato sob o argumento de que a Justiça Federal do Paraná era incompetente para julgá-lo.

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