Adriano Machado/Crusoé

‘Muitos dos que nos criticam podem pôr a mão no bolso para ajudar’, diz Salles sobre desmatamento

03.12.20 20:35

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles (foto), comentou nesta quinta-feira, 3, o novo recorde de desmatamento na Amazônia Legal. A devastação da região foi de 11.088 km² entre 1º de agosto de 2019 e 31 de julho de 2020, a maior taxa registrada desde 2008.

Na tradicional live do presidente Jair Bolsonaro, Salles culpou governos anteriores pelo desmate e afirmou que muitos dos que criticam a atual gestão “podem pôr a mão no bolso e colocar recursos para ajudar”, sem especificar a quem se referia.

O ministro fez menção a outros recordes, como o de 2004, quando houve o registro da segunda maior taxa de desmatamento da Amazônia na história. Naquele ano, 27.772 km² foram devastados. Em razão dos índices, o governo Lula implementou o Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal, o PPCDAm.

Após o projeto ser colocado em prática, o desmate chegou ao menor índice em 2012, na gestão Dilma Rousseff. Entretanto, desde então, as taxas voltaram a subir. Na concepção de Salles, as novas altas ocorreram porque, quando os governos anteriores conduziram a política de enfrentamento da devastação, não se “preocuparam em cuidar das pessoas, dos 23 milhões de brasileiros que vivem na Amazônia”.

“Quando você não cuida das pessoas, a pressão das atividades ilegais, a pressão por ganhar recursos de alguma forma aumenta muito. Então, o que a gente tem feito aqui no governo do presidente Bolsonaro? Uma preocupação grande em combater toda a criminalidade. A tolerância 0 contra o crime é também na questão ambiental. Mas nós colocamos as pessoas em primeiro lugar”, disse. “Essa turma foi deixada para trás em governos anteriores. Não se preocuparam em deixar para eles oportunidade de emprego, renda, de ter coisas lícitas, coisas corretas, alternativas para viver. E nós estamos muito preocupados com essas pessoas”, completou.

Salles ressaltou que a taxa de desmatamento ao longo deste ano ano foi “bem abaixo” da registrada em 2004 e 2005 e está “mais ou menos na faixa” do índice de 2008, quando foram destruídos 12.991 km² de mata. “Isso não quer dizer que estejamos contentes com isso. Mas tem que trazer, como já disse, prosperidade para a região. E muitos dos que nos criticam podem pôr a mão no bolso e colocar recursos para ajudar. Dar palpite de graça é fácil. Agora, colocar dinheiro em cima da mesa, em valores compatíveis com a magnitude do problema é outra história”, disparou.

O ministro, entretanto, não fez uma mea culpaA alta do desmatamento é de 9,5% em relação ao período anterior. Em 2019 o desmatamento foi de 10.129 km2, num crescimento de 34% em relação ao intervalo de tempo que correspondeu a cinco meses de gestão do governo de Michel Temer e sete meses da Presidência de Jair Bolsonaro.

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