Valter Campanato/Agência Brasil

MPF denuncia 25 por esquema que extorquia alvos da Lava Jato no Rio

08.11.19 18:40

O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro denunciou 25 pessoas acusadas de integrar um esquema que extorquia alvos da Operação Lava Jato. A força-tarefa fluminense identificou um grupo de auditores da Receita Federal, advogados e contadores que cobravam propina de empresários para cancelar multas por sonegação fiscal.

Entre os denunciados estão o auditor fiscal Marco Aurélio Canal, que era supervisor nacional da Equipe Especial de Programação da Lava Jato. Ele foi preso há um mês pela Operação Armadeira e também foi acusado por Gilmar Mendes de ter acessado ilegalmente dados sigilosos do ministro do Supremo Tribunal Federal e da mulher, a advogada Guiomar Feitosa.

Os denunciados vão responder por crimes contra a ordem tributária, corrupção, organização criminosa, lavagem de dinheiro, inserção de dados falsos em sistema de informações público e advocacia administrativa. O esquema foi denunciado pelo empresário Ricardo Siqueira Rodrigues, que foi um dos alvos dos achaques e virou colaborador da Lava Jato.

Um dos crimes relatados na denúncia envolve o pagamento de 4 milhões de reais a Marco Aurélio Canal pela Fetranspor, a Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Rio. Os repasses, segundo a denúncia, ocorreram entre novembro de 2016 e abril de 2017 e foram confirmados por Lélis Teixeira, ex-dirigente da Fetranspor que fechou acordo de delação premiada e revelou uma série de pagamentos de propina a políticos e magistrados.

Segundo o MPF, Canal lavava o dinheiro oriundo de propina com a compra de carros e imóveis registrados em nome de empresas de parentes, como a mulher. Um outro fiscal denunciado, Marcial Gouveia de Souza, chegou a abrir uma conta em Portugal em nome da mulher para receber 750 mil euros de propina.

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  1. Temos que exigir uma Emenda Constitucional que determine a prisão após a condenação em primeira instância, não em segunda! Para que serve o Juiz de primeiro grau, que ganha uma fortuna, se independente de condenar ou não, o réu continuar solto?!?

  2. A verdade é que muito pouco mudou. Não nos tornamos o país da impunidade. Nós sempre fomos o país da impunidade. E, provavelmente, sempre seremos. A Lava Jato finalmente desmantelando esquemas gigantescos de corrupção e colocando figurões na prisão não foi uma luz no fim túnel. Foi só um único fósforo... que acendeu(deixando os ingênuos cheios de esperança) e apagou em um segundo. Voltamos ao nosso “estado natural”!

  3. Fiscais das receitas estaduais e federal, são milionarios fazem extorção a vontade e a muito tempo.....lembro nos 90/2000 , passar um Container no poryo RJ ja custava 3000 dolares, imagino hoje.

  4. Quanto maior a responsabilidade e autoridade do ocupante do cargo vilipendiado, maior deveria ser a pena ao corrupto. A legislação é branda demais com esses sem vergonha e dá um monte de brechas favoráveis aos advogados, muitas vezes apoiados, por baixo dos panos, pelas autoridades envolvidas. Impunidade com apoio do Judiciário (STF, principalmente) a gente não aguenta mais.

  5. Dizem que quando a Professora perguntou ao menino Santos Dumont se o homem voa, ele havia respondido "_ Voa". Pois aqui no Brasil o crime não compensa não. Vamos reverter. Às ruas dia 09/11. Perdemos uma batalha.

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