Marcos Corrêa/PR

Moeda comum pode ser oportuna, diz economista

07.06.19 16:50

Em encontro com empresários argentinos na quinta-feira, 6, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro falou que os dois países pretendem criar uma moeda comum, a qual se chamaria “peso real”.

Para o economista argentino Roberto Luis Troster, a ideia é oportuna. “Isso facilitaria muito o comércio entre os dois países. Quando há uma moeda intermediária, como o dólar, é preciso fazer duas transições: do real para o dólar e do dólar para o peso. Mas essas moedas oscilam, o que gera um aumento de custo e da incerteza”, disse Troster em uma live para a revista Crusoé (assista aqui). “Hoje, já podemos fazer uma transação direta com a Argentina (sem uma moeda intermediária), o que já facilita muito o comércio entre os países. Com uma moeda única, não teríamos nenhuma transição.”

Segundo Troster, para se criar uma moeda única, seria preciso sincronizar as políticas econômicas, assim como a Europa fez com o euro. “Moeda é credibilidade. E credibilidade é governança. A governança da moeda brasileira não é lá essas coisas. O juro básico aqui, apesar de estar em um piso histórico, é um dos mais altos do mundo. Tanto no Brasil como na Argentina, a relação entre o crédito e o PIB é baixa. A volatilidade cambial dos dois países é baixa. A taxa de juros é alta. Então, ao desenhar uma moeda que sirva para os dois países, ambos sairiam ganhando.”

Sobre as crises fiscais, Troster afirma que elas ocorrem com frequência nos dois países, e que a situação da Argentina está até melhor que a do Brasil: “Enquanto o Brasil terá déficit primário, a Argentina terá superávit este ano”.

Para o economista, a moeda única deve ser estudada para um futuro de longo prazo. “Perguntam muito quanto será o crescimento do PIB este ano. Mas acho que a pergunta é que está errada. Precisamos pensar como será o crescimento do Brasil daqui a dez anos, daqui a vinte anos. Temos de olhar mais longe, tanto lá como aqui.”

Os comentários não representam a opinião do site. A responsabilidade é do autor da mensagem. Em respeito a todos os leitores, não são publicados comentários que contenham palavras ou conteúdos ofensivos.

500
  1. O primeiro em falar em moeda única na América latina. foi o Hugo Chávez. Agora Bolsonaro vem com esse factoide. Um bom nome pra moeda seria Caracu. A Argentina entraria com a cara. O Brasil...

  2. Sinceramente não estou entendendo nada dessa moeda comum. Não seria melhor o Brasil se arranjar economicamente primeiro e depois partir para isso. É muito atropelo.

  3. Alguém falou aí em sincronização das políticas monetárias do Brasil e da Argentina??? Isso só pode ser delírio. Ou seria "realizar" a moeda Argentina?

  4. Conversa de argentino prá boi dormir. Valorizou tanto a economia argentina, que um pouco mais ia fazer um paralelo com a economia alemã. Ficou envergonhado. Ah! é claro, o "Banco Central" teria de ficar em Buenos Aires, pois afinal a moeda se chamaria "peso real". Primeiro o peso. kkkk Quem conhece a Argentina e OS BONS argentinos, sabe perfeitamente que, lá como cá, são escassos os BONS políticos e homens públicos.

    1. A "Moeda Grande"! A Cris "Pátria Grande" vai adorar se voltar ao poder!

  5. Ideia de moeda unica envolvendo um morto e um desfalecido ja é uma boa piada. Agora, essa ideia partindo de um “economista “ argentino, ja é piada dupla Afinal, bozo viajou pra la, pra q? Ta sem assunto por aqui? Ta esperando bater a marca de 20 milhões de desempregados, pra agir ou se demitir?

    1. Os últimos dados do IBGE mostram que houve uma queda no desemprego. Assim, não sei como chegaremos aos 20 milhões de desempregados. Precisaríamos de quase duas Dilmas para isso.

    2. excelente comentário ! Não confiamos no nosso governo, imagina no da Argentina. kkkkkkk

Mais notícias
Assine agora
TOPO