Reprodução/redes sociais

Messer confirma em delação que ex-presidente do Paraguai financiou sua fuga

13.08.20 17:13

O doleiro Dario Messer confirmou em seu acordo de colaboração premiada que o ex-presidente do Paraguai Horácio Cartes (foto) financiou sua fuga e deu suporte para que ele permanecesse foragido da Justiça brasileira após ser alvo de mandado de prisão na Operação Câmbio, Desligo, deflagrada em maio de 2018.

A confirmação de Messer vai ao encontro da investigação da Polícia Federal que resultou na prisão do “doleiro dos doleiros”, como ele era conhecido, em 31 de julho de 2019. No celular apreendido, a PF encontrou uma carta enviada por Messer, em junho de 2018, que tinha como destinatário uma pessoa identificada como “Patrão”. Nela, o doleiro pede ajuda de 500 mil reais para custear “gastos jurídicos”.

A PF descobriu que o “Patrão” era Cartes ao comparar o apelido utilizado na carta com conversas encontradas no celular de Messer. A única pessoa chamada de “Patrão” pelo doleiro era aquela cujo contato do celular foi registrado como “Rei”.“O contato Rei vem a ser o ex-presidente da República do Paraguai, Horácio Cartes, pela fotografia do perfil em que aparece com o Papa Francisco e a imagem da Virgem de Caacupé, Padroeira do Paraguai”, afirmou o Ministério Público Federal ao denunciar Messer e Cartes.

O ex-presidente é amigo de longa data da família Messer e chamava Dario de “irmão de alma”. As conversas de WhatsApp encontradas com Messer também revelaram que Cartes, ainda como presidente do Paraguai, atuou como um dos principais conselheiros do doleiro enquanto ele estava foragido da Justiça brasileira.

“São elementos que levam à conclusão acima de qualquer dúvida razoável de que Horácio Cartes passou a integrar pelo menos desde quando Dario Messer ficou foragido, em maio de 2018, a organização criminosa de natureza transnacional do megadoleiro, promovendo a sua impunidade e financiando a sua existência, em prejuízo da incolumidade pública, do sistema financeiro e da administração da Justiça brasileira”, cravou o MPF.

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  1. ótima reportagem-FÁBIO, o brasil é o paraíso pra criminoso, aqui tem o apoio e o cerceamento e a liberdade do stf de criminosos, sob a batuta do gilmar

  2. Alberto (Belém-Pa). Brasil e Paraguai são irmãos siameses na corrupção.É incrível como ainda tem gente, inclusive brasileiros travestidos de autoridade nos 3 poderes da República, e até mesmo nos altos escalões do Minist. Público, tentando desacreditar o trabalho do Órgão (MP) para beneficiar criminosos safados que se locupletaram às custas do erário e do dinheiro sujo. Cidadãos de bem, independente da coloração partidária, têm q apoiar a apuração dos fatos e, quando couber, punição exemplar.

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