Adriano Machado/Crusoé

Mandetta: médico pode usar cloroquina em casos leves se assumir riscos

07.04.20 19:03

O ministro Luiz Henrique Mandetta (foto) afirmou nesta terça-feira, 7, que não adotará medidas contra médicos que usarem a cloroquina em casos leves do novo coronavírus. O titular da Saúde ressaltou, no entanto, que o profissional precisa se responsabilizar individualmente pela prescrição. O ministro esclareceu que, por ora, a pasta não vai recomendar oficialmente a utilização da substância para casos mais brandos.

“Se ele quiser se responsabilizar individualmente, não tem óbice nenhum. Ninguém vai reter receita”, disse Mandetta. “Mas o médico deve alertar o doente dos riscos que existem, da impressão que ele tem, da pouca literatura que existe sobre o assunto, da pouca evidência científica. Faça até termo de consentimento, se achar que deve”, completou.

Mandetta já havia explicado, em outras oportunidades, que o ministério não recomendaria a cloroquina para pacientes que fazem o tratamento em casa, porque os riscos são altos em razão dos efeitos colaterais. Por isso, a pasta só orienta o emprego da substância, própria para malária, em casos graves e críticos. O protocolo continua valendo.

Essa, no entanto, é a primeira vez que o ministro fala abertamente que médicos podem avaliar se prescrevem ou não a cloroquina nos quadros em que a internação não é necessária, desde que arquem com todas as consequências da decisão.

De acordo com o ministro, houve uma provocação ao Conselho Federal de Medicina nesta terça-feira sobre a prescrição. “Foi solicitado que pegue todas as manifestações, mesmo que espontâneas, verbais, mesmo que sem elemento nenhum, porque não temos, só temos impressão clínica de alguns colegas, e, por dever de ofício, informe as suas observações clínicas. É o Conselho quem pauta isso. Eles que falam ‘ok’ ou ‘não ok’”, afirmou.

Na coletiva de imprensa, realizada no Palácio do Planalto, o titular da Saúde evitou falar sobre os atritos com o presidente Jair Bolsonaro, que quase levaram a sua demissão nesta segunda-feira, 6. “A gente tem de olhar para frente, andar para frente, usar pouco retrovisor e tocar esse barco nosso chamado Brasil”.

Ele deixou a mesa antes da apresentação técnica do ministério sobre a evolução da Covid-19 no país, da qual costuma participar. Deixou claro, porém, que o faria para tratar de um processo de compra de máscaras e, não, “pelos problemas da semana”.

Os comentários não representam a opinião do site. A responsabilidade é do autor da mensagem. Em respeito a todos os leitores, não são publicados comentários que contenham palavras ou conteúdos ofensivos.

500
Mais notícias
Assine agora
TOPO