PSL no Senado

Lucro comum na Copa, diz síndico de prédio em que Flávio vendeu imóvel

16.05.19 13:02

Síndico do edifício em Copacabana onde o senador Flávio Bolsonaro (foto) vendeu um apartamento com lucro de 292% em 2014, Márcio Basto afirma que a valorização está de acordo com a alta do preço dos imóveis no bairro do Rio de Janeiro, por causa da Copa do Mundo.

Segundo o pedido do Ministério Público de quebra de sigilos de Flávio e de mais 86 pessoas e nove empresas, o senador adquiriu por 140 mil reais um apartamento na rua Prado Júnior em novembro de 2012 e o revendeu por 550 mil reais em fevereiro de 2014.

“Não foi incomum na época”, disse o síndico do prédio, onde a maioria dos imóveis tem 40 metros quadrados, sobre o lucro obtido pelo senador, assim como o preço pago em 2012. Ele contou que a valorização foi motivada pela perspectiva de que faltaria hospedagem para todos os turistas que viessem para a Copa do Mundo, e pequenos apartamentos poderiam ser alugados por quem não conseguisse vaga nos hotéis do Rio.

Uma alta que logo se desfez, com a crise econômica e a falência do governo do estado. “Hoje, quem comprou (no ano da Copa) perdeu dinheiro”, afirmou. Basto ressalvou, no entanto, não ter nenhuma informação sobre a compra e venda feita especificamente pelo filho do presidente Jair Bolsonaro.

O Ministério Público do Rio de Janeiro sustenta que de 2010 a 2017 Flávio investiu 9,4 milhões de reais na compra de 19 imóveis e obteve um lucro de 3 milhões de reais. Os promotores apuram indícios de que as operações seriam lavagem de dinheiro.

A suspeita é de que, quando era deputado estadual, o filho do presidente Jair Bolsonaro teria montado no gabinete um esquema de desvio de recursos públicos, com a participação do ex-policial militar e assessor Fabrício Queiroz.

Os promotores contam, no pedido de quebra de sigilo, que Queiroz já assumiu publicamente ficar com parte da remuneração de assessores, para usar o dinheiro na contratação de mais pessoas no trabalho de campo para o então deputado. No entanto, segundo o Ministério Público, o ex-assessor tentou assumir sozinho a responsabilidade para desviar o foco do senador.

Há indícios de que pessoas eram contratadas como assessores no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa sem terem de efetivamente trabalhar, desde que cedessem parte de seus vencimentos, de acordo com os promotores.

Flávio negou nas redes sociais as acusações e os valores informados pelo Ministério Público no pedido aceito pelo juiz Flávio Nicolau, da 27ª Vara Criminal do Rio de Janeiro. O advogado de Queiroz, Paulo Klein, também rechaçou as suspeitas. Klein prepara um pedido de habeas corpus para suspender as quebras de sigilos.

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