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Líder do Hezbollah nega envolvimento em explosão e tenta culpar ‘atores externos’

07.08.20 18:20

O secretário-geral do grupo terrorista libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah (foto), deu um pronunciamento na noite desta sexta, 7 —cerca de 72 horas após a explosão no porto de Beirute— negando envolvimento da sua organização na tragédia que matou mais de 150 pessoas. Assim como o presidente do Líbano, Michel Aoun, um aliado do Hezbollah, Nasrallah ventilou a possibilidade de que o incêndio nos hangares do porto tenha começado por uma intervenção estrangeira.

“Quero ser muito claro e negar totalmente que não temos nada neste armazém. Nenhum míssil, nitrato de amônio, nenhuma bala, nem agora, nem no passado”, disse Nasrallah. “Isso pode ter sido causado por atores externos, jatos, mísseis, etc. Uma possibilidade sobre a causa da explosão do porto de Beirute é que forças estrangeiras causaram esse acidente.”

O Hezbollah usava o porto de Beirute como um entreposto de contrabando para armas, remédios falsos, cocaína e ópio. O grupo já realizou diversos atentados com o nitrato de amônio, a mesma substância que estava armazenada no hangar 12 do porto há quase sete anos. Diversos membros do Hezbollah também foram detidos armazenando nitrato de amônio em saquinhos de gelo no Reino Unido, Alemanha, Peru e Chipre.

Em julho de 2019, o Departamento do Tesouro americano afirmou que Wafiq Safa atuava “explorando os portos do Líbano e as fronteiras para fazer contrabando e facilitar viagens para o Hezbollah”. Safa é cunhado de Nasrallah. “O Hezbollah usou Safa para facilitar a passagem de itens, incluindo drogas ilegais e armas, para o porto de Beirute, no Líbano. O Hezbollah encaminhou especificamente certas remessas através de Safa para evitar o controle”, diz a nota do Departamento do Tesouro.

“Nós não controlamos o porto, nem o administramos, nem interferimos nele, nem sabemos o que está acontecendo lá. Nossa responsabilidade é a resistência contra Israel”, afirmou Nasrallah em seu discurso nesta sexta.

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