STJ

Lava Jato suspeita de vazamento em operação que mira ex-presidente do STJ

08.11.19 20:49

César Asfor Rocha tinha passagem comprada para voltar com a família de uma viagem a Miami, nos Estados Unidos, na última quarta-feira, 6. Mas, às seis da manhã do dia seguinte, quando agentes da Polícia Federal apareceram em seu apartamento na Avenida Beira-Mar de Fortaleza para cumprir mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal, ele era o único ausente.

Acusado pelo ex-ministro Antonio Palocci de ter recebido 5 milhões de dólares para “enterrar” a Operação Castelo de Areia, em 2010, o ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça deu “no-show” no voo de volta — ou seja, pagou, mas não embarcou. Mais tarde, a área de inteligência da PF descobriu que ele tinha tomado outro voo, para Brasília, com conexão em São Paulo. A mulher dele deu uma explicação curiosa para a mudança de última hora: segundo ela, Asfor Rocha achou que a aeronave era velha demais e desistiu de embarcar. Só o restante da família teria seguido viagem no avião. O ex-ministro optou por tomar o outro voo.

Qualquer que tenha sido a razão da mudança, não adiantou muito. O ex-ministro do STJ acabou abordado pela PF ao desembarcar no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Teve o aparelho celular e um tablet apreendidos e depois seguiu para Brasília. Aos policiais, ele disse que trocou o destino de Fortaleza para Brasília porque ficaria mais próximo do Rio de Janeiro, onde tem um compromisso neste sábado, 9.

As justificativas apresentadas por ele e pela mulher levantaram suspeita na força-tarefa da Lava Jato de São Paulo sobre um possível vazamento da Operação Appius, baseada na delação do ex-ministro Antonio Palocci. As suspeitas ficaram mais fortes porque, na mobília do escritório montado na residência de Asfor Rocha, os policiais encontraram duas impressoras e uma fragmentadora de papel, mas o espaço reservado ao computador estava vazio.

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