Adriano Machado/Crusoé

Justiça de SP quebra sigilo bancário do ex-ministro Aloysio Nunes

24.10.19 14:22

O Tribunal de Justiça de São Paulo autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal do ex-senador e ex-ministro Aloysio Nunes, do PSDB. O tucano é alvo de inquéritos que investigam suposto recebimento de caixa 2 da Odebrecht e da CCR, além de vantagens financeiras do ex-diretor da Dersa e operador do partido Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto.

O pedido de acesso aos dados bancários e fiscais de Aloysio foi feito em março pelo promotor Ricardo Manuel Castro, do Ministério Público estadual. Ele investiga a suspeita de improbidade administrativa relacionada às denúncias de corrupção envolvendo o trecho sul do Rodoanel. A obra foi comandada por Paulo Preto, entre 2007 e 2010, período em que Aloysio era secretário-chefe da Casa Civil do governo José Serra, do PSDB.

A quebra de sigilo foi deferida no dia 10 de maio pelo juiz José Gomes Jardim Neto, da 9ª Vara da Fazenda Pública, e confirmada no dia 23 de setembro pelos desembargadores da 6ª Câmara de Direito Público, que negaram o recurso apresentado pela defesa do ex-ministro das Relações Exteriores do governo Michel Temer contra a medida.

Os dados solicitados pela Promotoria vão de janeiro de 2007 a dezembro de 2018, quando Aloysio ocupou cargos no governo paulista e no governo federal, além do mandato de senador. No período, o tucano teria recebido, de acordo com delatores, 500 mil reais da Odebrecht e 1 milhão de reais da CCR, em recursos que seriam destinados a campanhas políticas via caixa 2. O ex-senador nega as acusações.

Além disso, investigações em curso apontaram que Aloysio recebeu 300 mil reais da ex-mulher e de uma das filhas de Paulo Preto, em 2007, quando era secretário de estado e havia nomeado o engenheiro como diretor da Dersa. Ele disse ter sido um empréstimo feito para quitar um imóvel que havia financiado.

Neste ano, a Lava Jato descobriu que uma das contas bancárias atribuídas a Paulo Preto na Suíça emitiu, em dezembro de 2007, um cartão de crédito com 10 mil euros em nome de Aloysio Nunes. O cartão foi entregue em um hotel em Barcelona na véspera do Natal. As contas do operador do PSDB chegaram a ter saldo de 113 milhões de reais em junho de 2016, segundo documentos enviados ao Brasil por autoridades suíças. O dinheiro foi transferido para uma conta em Nassau, nas Bahamas, após o avanço da Lava Jato .

Paulo Preto está preso no Paraná desde fevereiro, acusado de lavar dinheiro para a Odebrecht. Até a prisão, a defesa dele era feita pelo ex-subprocurador-geral da República José Roberto Santoro, o mesmo advogado que defende Aloysio Nunes na esfera cível.

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  1. Não liga não Aloisio, você tem dinheiro, prestigio com amigos bandidos e o STF para livrar a sua cara! Quer mais? Fica "de boa"! ou melhor você já esta numa boa!

  2. É mais um que não será condenado por nada. Talvez nem chegue a ser julgado. Faz parte de turma protegida pelo acordão, STF/Bolsonaro/Congresso.

  3. O juiz pede em março é somente é atendida a solicitação em SETEMBRO !!! Agora livres até trânsito em julgado, este nunca será preso.

  4. De “ex-guerrilheiro” a investigado por meter a mão em verba pública. Valha-nos, Deus! Esse pessoal é uma vergonha só.

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