Amanda Perobelli/Estadão Conteúdo

Juiz nega mais uma vez acesso a ‘celular-bomba’ da JBS

23.05.19 20:43

O juiz Marcus Vinicius Reis Bastos, da 12ª Vara Federal do Distrito Federal, negou nesta quinta-feira, 23, o pedido do procurador da República Ivan Cláudio Marx para quebrar a senha do aparelho celular do ex-diretor Jurídico da J&F Francisco de Assis e Silva (foto), apreendido pela Polícia Federal em 2017.

Trata-se de mais uma decisão da Justiça evitando o acesso dos investigadores ao celular do ex-executivo, que tem se recusado a fornecer a senha mesmo após fechar um acordo de colaboração premiada.

O Ministério Público Federal havia solicitado acesso ao aparelho em maio de 2017, no âmbito das investigações da operação Bullish, sobre fraudes em operações do BNDES para favorecer o Grupo JBS. Na ocasião, o procurador do caso não tinha conhecimento do acordo de colaboração de Francisco, que havia sido fechado com a Procuradoria Geral da República em sigilo.

O Tribunal Regional Federal da 1ª Região, porém, negou acesso aos investigadores, com o argumento de que o celular de Francisco tem informações que devem ser preservadas pelo sigilo entre advogado e cliente. Ao apresentar a denúncia da Bullish neste ano, o procurador Ivan Marx argumentou que Francisco e outros ex-executivos da empresa se comprometeram em seus acordos de colaboração a fornecer todas as provas às autoridades.

O juiz Marcus Vinícius, porém, seguiu o entendimento do TRF-1. Ele também aceitou a denúncia do Ministério Público Federal contra o ex-ministro Guido Mantega e o ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho, mas não as acusações contra o ex-ministro Antonio Palocci e Joesley Baptista feitas pela Procuradoria da República a partir das investigações da Bullish.

Integrantes da CPI do BNDES também pediram ao Supremo acesso ao telefone, mas o pedido foi negado três vezes pela ministra Cármen Lúcia, que prefere aguardar que o mérito seja julgado no plenário da Corte.

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