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Irã esmaga a sociedade civil com fechamento de ONGs

06.03.21 18:20

A Sociedade de Socorro Estudantil Popular do Imã Ali (IAPSRS, na sigla em inglês) era uma das ONGs mais atuantes do Irã, onde tinha registro oficial do governo. Fundada em 1999 em homenagem ao Imã Ali, considerado pelos muçulmanos xiitas como o sucessor de Maomé, atendia a 7 mil crianças (foto) e mulheres pobres no país. No último dia 3 de março, a entidade anunciou no Twitter que encerrará suas atividades por ordem da Justiça.

Uma corte acusou o fundador da IAPSRS, Sharmin Meymandinejad, de insultar o líder supremo do Irã, Ali Khamenei. Veículos da imprensa oficial também acusam a entidade de manter contato com entidades “anti-Irã” no exterior. Mas profissionais que trabalham com o terceiro setor no país contestam as denúncias e afirmam que a ONG não tinha qualquer atividade política.

O governo está seguindo uma política determinada por suas agências de inteligência que visa a desmantelar quaisquer organizações não governamentais independentes, mesmo as de assistência e caridade, e substituí-las por organizações controladas por autoridades ligadas aos órgãos de segurança e de inteligência“, diz Hadi Ghaemi, diretor-executivo do Centro para os Direitos Humanos no Irã, nos Estados Unidos.

A repressão às ONGs começou em 2009, após protestos nas ruas contra fraudes nas eleições. Foram fechadas entidades como a Associação dos Jornalistas, a Sociedade em Defesa dos Direitos dos Prisioneiros, a Organização dos Voluntários Ativistas e o Centro dos Defensores dos Direitos Humanos.

As organizações da sociedade civil são instituições importantes para os cidadãos defenderem melhorias e mudanças em direção a um futuro melhor. No entanto, o governo iraniano quer manter o status quo e, como tal, não pretende tolerar agentes de mudança na forma de organizações da sociedade civil“, diz Ghaemi.

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