Alan Santos/PR

Guedes diz que ‘cartão vermelho’ de Bolsonaro não foi para ele

15.09.20 13:35

Após Jair Bolsonaro falar em um “cartão vermelho” para o responsável pela proposta de congelamento de aposentadorias e pensões para o financiamento do Renda Brasil, o ministro da Economia, Paulo Guedes (foto), afirmou nesta terça-feira, 15, que não foi ele o alvo da mensagem do presidente.

“Como estavam todos os jornais dizendo que o presidente vai tirar dinheiro dos idosos, frágeis e vulneráveis para passar aos paupérrimos, o presidente repetiu o que já tinha falado antes. E levantou um cartão vermelho, que não foi para mim, esclarecendo para todo mundo. Conversei com o presidente hoje cedo. Lamentei muito essa interpretação”, pontuou, durante palestra a empresários.

O chefe do Planalto mandou o recado à equipe econômica mais cedo, ao anunciar a suspensão da elaboração do novo programa, que substituiria o Bolsa Família, nas redes sociais.

“Eu já disse há poucas semanas que jamais vou tirar dinheiro dos pobres para dar aos paupérrimos. Quem porventura vier propor para mim uma medida como essa, eu só posso dar um cartão vermelho para essa pessoa. É gente que não tem um mínimo de coração, um mínimo de entendimento de como vivem os aposentados do Brasil”, declarou Bolsonaro.

A ideia de desindexar benefícios previdenciários — ou seja, deixar de reajustar pela inflação — foi defendida pelo secretário especial da Fazenda, Waldery Rodrigues, em entrevista ao portal G1. Nesta terça-feira, Guedes chamou as divergências de “barulheira”.

De acordo com o chefe da equipe econômica, a ideia era apenas flexibilizar o controle do Orçamento. “Se desindexarmos todos os gastos do governo, há uma parte ali que pega os mais vulneráveis: os idosos, os que têm BPC (benefício pago a idosos e pessoas com deficiência carentes). Aí, de repente, você fala assim: ‘O governo está tirando dinheiro dos idosos e dos mais frágeis para fazer o Renda Brasil’. Isso é uma ilação. Não é isso que estava no pacto federativo. O que está no pacto federativo é uma desindexação de todos os gastos”, continuou. “E, obviamente, politicamente, sempre pode ser decidido: ‘Não. Segue a indexação dos mais frágeis”.

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