Adriano Machado/Crusoé

Guedes bateu martelo sobre demissão de Cintra após almoço com Mourão

11.09.19 17:21

O ministro da Economia, Paulo Guedes (foto), bateu martelo sobre a demissão de Marcos Cintra do comando da Receita Federal após almoço nesta quarta-feira, 11, fora da agenda oficial, com o vice-presidente Hamilton Mourão.

Mourão é o presidente da República em exercício desde o domingo, 8, em razão da cirurgia a que o presidente Jair Bolsonaro se submeteu para correção de um hérnia na região do abdômen.

Na noite desta terça-feira, 10, Guedes conversou sobre a situação de Cintra com assessores próximos. O diagnóstico foi de que a permanência do economista na Receita tinha se tornado insustentável.

O estopim teria sido a apresentação feita no mesmo dia pelo secretário adjunto da Receita, Marcelo de Sousa Silva, em Brasília, durante fórum promovido pelo Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil.

Aliado de Cintra, Silva apresentou, em um powerpoint, os detalhes do imposto sobre transações financeiras, nos moldes da extinta CPMF, que o governo deveria propor na reforma tributária.

A apresentação gerou uma forte reação negativa do Congresso, da imprensa e de setores da sociedade que acompanham o debate sobre a reforma tributaria, irritando Guedes e Bolsonaro, que queriam apresentar a reforma como um todo.

“O que era para ser um amplo projeto de modernização tributária virou um samba de uma nota só: a CPMF”, resumiu a Crusoé um auxiliar próximo do ministro da Economia.

Após a conversa com Mourão, Guedes chamou Cintra para conversar em seu gabinete. Segundo assessores do ministro, a conversa foi tranquila, e o próprio chefe da Receita entendeu que não poderia mais ficar.

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