Marcello Casal Junior/Agência Brasil

Governo prevê privatização de Eletrobras e Correios no fim de 2021

02.12.20 14:21

A equipe econômica do governo federal informou na tarde desta quarta-feira, 2, que prevê a privatização da Eletrobras e dos Correios no quarto trimestre de 2021, às vésperas do último ano de gestão Jair Bolsonaro.

O cronograma foi divulgado após reunião do Programa de Parceria de Investimento, PPI, braço da equipe de Paulo Guedes responsável pelas concessões e privatizações.

As desestatizações, entretanto, dependem do aval do Congresso Nacional. A proposta da Eletrobras está parada na Câmara e a dos Correios nem sequer chegou às mãos dos parlamentares.

Questionada sobre a confiança quanto à aprovação da desestatização da Eletrobras, sobretudo após o apagão no Amapá, cuja rede de energia elétrica está nas mãos de uma empresa privada, a secretária especial do PPI, Martha Seillier, disse acreditar que o governo vencerá a resistência de congressistas.

“A empresa tem dificuldades em realizar novos investimentos por ser controlada pela União. Os últimos leilões de geração e transmissão [de energia] não tiveram a participação da Eletrobras, que é uma gigante. O objetivo de privatização é tornar essa gigante ainda maior. Voltar a capitalizá-la, permitir que faça investimentos, que volte a participar dos leilões. Não abriremos mão desse objetivo e não achamos que, em nada, conflita com o que ocorreu no Amapá. Pelo contrário. No projeto de lei da Eletrobras, há previsão de recursos especificamente para a modernização do parque de energia do Norte”, discursou.

Seillier adotou o mesmo tom ao falar dos Correios. “Em termos de cronograma, sim, nós precisamos do projeto [aprovado pelo Congresso] para efetivar o leilão, a parceria que vier a ser feita no âmbito dos Correios, mas nós ainda precisamos avançar nos estudos. Então, nós acreditamos que esses calendários correm de forma concomitante e que, no momento adequado, nós teremos a aprovação do Congresso para realizar essa oferta pública ou concretizar esse processo de desestatização até o fim do ano que vem”, disse.

Ao todo, a carteira de 2021 prevê a negociação de 115 ativos. Além de nove empresas públicas, integram a lista terminais portuários, rodovias, ferrovias, aeroportos, parques nacionais e outros. O governo espera 367 bilhões de reais em investimentos.

“Nós realmente acreditamos na viabilidade dessa carteira, que de fato é gigantesca. Ela não é fruto de uma conquista de muito trabalho. Nós acreditamos que esses investimentos previstos para 2021 serão chave para a retomada da economia”, afirmou a secretária.

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  1. Ao que parece a essa altura, essas esperadas privatizações da Eletrobrás e dos Correios não vão além de uma previsão sem compromisso, que dependerá do Congresso para se efetivar, buscando retirar desde já o peso da promessa de campanha não cumprida das costas do Executivo. Taoquei?

  2. Se o governo já optou pela privatização, porque aguardar mais um ano e não dar logo andamento ao processo? Historinha mal contada...

  3. Muito discurso e muia ineficiência. Caso aprovem alguma privatização, leilão só em 2022. Ou seja, mote para campanha. Espero que o povo não caia nessa armadilha.

    1. Já se ferraram, foram assaltados no governo do PT. "Fundo de pensão dos Correios consegue rentabilidade satisfatória em meio aos efeitos da pandemia, mas ainda carrega herança maldita de R$ 8,4 bilhões".

    1. Vender pra depois criar agências reguladoras para ser cabide de altos salários para políticos q não conseguiram se eleger ??? Cada empresa do governo vendida, nos o povo, arcamos com mais despesas ... e assim sucessivamente.

  4. Sei. Aí a desculpa será a de que se não for reeleito não terá condições de implementar tais privatizações que, por razões x, y e z, não conseguiram ser finalizadas. Tá bão.

  5. Ao ler o título da matéria achei que era 1 de abril. Para o Ministério da Economia todo dia é dia de 1 de abril, poderiam até criar um nome para a politica econômica como por exemplo: primeiroabrilzão, vendedordesobnhos ou algo assim. Todo mês eles inventam uma privatização que prometeram 1 a 2 meses atrás e assim vai indo.

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