Adriano Machado/Crusoé

Governo pode retaliar países que boicotarem o Brasil por questões ambientais, diz Heleno

22.09.20 11:00

O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno (foto), afirmou nesta terça-feira, 22, que o governo federal pode retaliar países que, eventualmente, decidam boicotar produtos brasileiros devido a questões ambientais. O militar classificou como “descabidas” as críticas recebidas pela gestão Jair Bolsonaro.

“[Retaliar] é uma medida que, obviamente, pode estar na mira do governo brasileiro. Só que é aquele negócio: você já comprou uma coisa finlandesa, norueguesa, sueca? Eu não me lembro de ter na minha casa esses produtos”, disparou, em entrevista à Rádio Bandeirantes. Questionado sobre itens alemães, o general afirmou que “esse é um que até valia a pena”. “Mas eu não quero nem citar países. Tenho muito medo de criar um problema diplomático e ser injusto até.”

A fala de Heleno ocorre uma semana após a Parceria das Declarações de Amsterdã cobrar do governo federal iniciativas para conter o avanço do desmatamento na Floresta Amazônica e afirmar que a atual situação torna cada vez mais difícil a compra de produtos brasileiros ou investimentos no país. O grupo é formado por Alemanha, Dinamarca, França, Itália, Noruega, Holanda e Reino Unido. A Bélgica também se juntou ao chamado.

Na avaliação do general, diversas nações e instituições reprovam a atual política ambiental brasileira pelo desejo de tirar o presidente da República do poder. Ele defendeu, por exemplo, medidas legais contra a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, Apib, e disse que o governo está “levantando dados dessa instituição”.

“A minha opinião é que nós temos que ir para cima disso. Estamos levantando dados sobre essa Articulação dos Povos Indígenas, até porque acho que eles não têm nem CNPJ. Então, estamos buscando qual é a real missão deles, quais são seus verdadeiros objetivos para, se for o caso, mover uma ação contra esse trabalho nefasto que eles fazem”, pontuou.

Indagado sobre quais países estariam agindo contra o Brasil, Heleno optou por nomeá-los. “Fica difícil de eu citar os países. Eu vou comprar uma briga para o Brasil, que é exatamente o que a gente não quer. É lógico que as pessoas que leem jornal, que são bem informadas, têm na cabeça quais são esses países. Não cabe a nós, do governo, citar esses países, que eu vou criar um problema diplomático internacional. Eu também não vou botar minha cabeça à prêmio, porque não vale a pena. Eu ando sem segurança, a gente não pode exagerar”, completou.

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